ATA DA VIGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 04-4-2011.

 


Aos quatro dias do mês de abril do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Idenir Cecchim, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Waldir Canal. Também, foi apregoado o Ofício nº 299/11, do senhor Prefeito, informando que se ausentará do Município das sete horas e quarenta e nove minutos do dia de amanhã às doze horas e trinta minutos do dia seis de abril do corrente, quando participará da 59ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos, em Brasília – DF. Ainda, foi apregoado o Memorando nº 098/11, de autoria do vereador Pedro Ruas, deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, hoje, na Sessão Solene de ratificação de posse dos desembargadores Clóvis Fernando Schuch Santos e Maria da Graça Ribeiro Centeno, na Sala de Sessões do Tribunal Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Comunicados nos 290840, 290841, 290842, 290843, 290844 e 290845/11, do senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Sétima, Oitava, Nona, Décima, Décima Primeira, Décima Segunda, Décima Terceira, Décima Quarta, Décima Quinta, Décima Sexta, Décima Sétima, Décima Oitava, Décima Nona e Vigésima Sessões Ordinárias e da Quarta Sessão Extraordinária. Na ocasião, o vereador Idenir Cecchim formulou Requerimento verbal, indeferido pelo senhor Presidente, solicitando que a presente Sessão fosse considerada como Sessão Extraordinária. Também, o vereador Engenheiro Comassetto formulou Requerimento verbal, deferido pela senhora Presidenta, solicitando fiscalização quanto ao uso das vagas do estacionamento deste Legislativo reservadas a veículos de pessoas portadoras de deficiência. Após, a senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Cícero Alvarez, Presidente do Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio Grande do Sul, que solicitou o apoio dos senhores vereadores ao movimento empreendido pelos servidores arquitetos e urbanistas e engenheiros da Prefeitura de Porto Alegre para obtenção de verba de responsabilidade técnica. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Reginaldo Pujol, Engenheiro Comassetto, Airto Ferronato, Beto Moesch, Nelcir Tessaro, Toni Proença, Bernardino Vendruscolo e Luciano Marcantônio manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Na ocasião, o vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, deferido pela senhora Presidenta, solicitando o encaminhamento à Secretaria Municipal da Administração, das notas taquigráficas referentes ao período de Tribuna Popular desta Sessão. A seguir, a senhora Presidenta concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, ao senhor Cícero Alvarez. Às quatorze horas e cinquenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinquenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Luciano Marcantônio, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Adeli Sell, em tempo cedido pelo vereador Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Toni Proença, Tarciso Flecha Negra, Idenir Cecchim e Waldir Canal. Na oportunidade, por solicitação do vereador João Carlos Nedel, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à senhora Rosa Dib Ferreira, falecida no dia de hoje. Em seguida, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, a senhora Presidenta concedeu TEMPO ESPECIAL ao vereador Engenheiro Comassetto, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, nos dias vinte e nove a trinta e um de março do corrente, na 28ª Reunião do Conselho das Cidades, em Brasília – DF. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 164/10, discutido pelos vereadores Carlos Todeschini e Dr. Thiago Duarte; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 002/11, discutido pelo vereador Dr. Thiago Duarte. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador João Carlos Nedel. Às quinze horas e cinquenta e seis minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Idenir Cecchim, Líder da Bancada do PMDB, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para o vereador Sebastião Melo, no dia de hoje. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Idenir Cecchim, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 114/10 (Processo nº 2567/10). Também, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Aldacir José Oliboni, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 011/11 (Processo nº 0940/11) fosse considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes, tendo-se manifestado a respeito o vereador Aldacir José Oliboni. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 040/10 (Processo nº 4255/10). Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 002/11 (Processo nº 0022/11), por vinte e quatro votos SIM, após ser discutido pelo vereador Nelcir Tessaro, tendo votado os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 197/07 (Processo nº 6740/07), após ser discutido pelos vereadores Fernanda Melchionna, Mauro Pinheiro, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, Adeli Sell, Nilo Santos, Maria Celeste, Luiz Braz, Elias Vidal, Professor Garcia, Reginaldo Pujol e Aldacir José Oliboni. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 197/07, por dezesseis votos SIM, um voto NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo vereador Toni Proença, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, Maria Celeste, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos e Tarciso Flecha Negra, votado Não o vereador Reginaldo Pujol e optado pela Abstenção o vereador Mario Manfro. Foi votado o Projeto de Lei do Legislativo nº 197/07, o qual recebeu dez votos SIM e três votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo vereador Toni Proença, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, Mario Fraga, Nelcir Tessaro, Nilo Santos e Tarciso Flecha Negra e Não a vereadora Fernanda Melchionna e os vereadores Mario Manfro e Reginaldo Pujol, votação essa declarada nula pelo senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Na oportunidade, em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelo vereador Reginaldo Pujol, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor e do resultado da votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 197/07 e da Emenda nº 01 aposta. Às dezessete horas e oito minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Adeli Sell, Nilo Santos, Idenir Cecchim, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, este pela oposição, Reginaldo Pujol e Mario Fraga, este pelo Governo. Na oportunidade, foi apregoado o Memorando nº 009/11 (Processo nº 1225/11), de autoria do vereador Beto Moesch, deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, nos dias seis e sete de abril do corrente, no VII Encontro da Rede de Unidades de Conservação do Norte do Rio Grande do Sul, no Município de Passo Fundo – RS. Também, foi apregoado Requerimento s/nº (Processo nº 1158/11), de autoria do vereador Dr. Thiago Duarte, deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, do dia cinco ao dia nove de julho do corrente, em eventos relativos a programas na área de saúde pública desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, no Município de Fortaleza – CE. Ainda, o vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando a alteração das notas taquigráficas do pronunciamento efetuado por Sua Excelência, em Comunicação de Líder, tendo-se manifestado a respeito os vereadores Nilo Santos e Dr. Thiago Duarte. Às dezessete horas e cinquenta e nove minutos, constatada a inexistência de quórum, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e pelo vereador Toni Proença e secretariados pelo vereador Toni Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Sr. Idenir Cecchim está com a palavra.

 

O SR. IDENIR CECCHIM (Requerimento): Como às 14h15min a Mesa estava acéfala, e não havia quórum para iniciar a Sessão, eu faço este Requerimento para que, a partir de agora, esta seja considerada uma Sessão Extraordinária, visto que a anterior foi esvaziada.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Ver. Cecchim, a Sessão está aberta com cinco minutos de atraso. Se V. Exª quiser recorrer à Comissão de Constituição e Justiça, por favor, providencie o Requerimento.

 

(A Verª Sofia Cavedon assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Boa-tarde a todos. É com muita alegria que nós comunicamos aos Vereadores que não conseguiram acompanhar que estávamos, vários Vereadores, na abertura da exposição da fotógrafa Srª Sandra Genro, Primeira-Dama do Estado, para a qual foram todos convidados, no térreo desta Casa, sobre os índios do nosso Brasil.

O Sr. 1º Secretário procederá à leitura das proposições apresentadas à Mesa.

    

O SR. 1º SECRETÁRIO (Toni Proença): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO (Requerimento): Gostaria de fazer um pedido, para que a senhora encaminhe. Recebi hoje o Sr. Geraldo, que é o Presidente da Associação dos Pais e Amigos dos Portadores de Ataxia Dominante - tivemos, hoje pela manhã, um debate sobre o plano diretor da acessibilidade a ser instituído -, e todas as vagas de estacionamento desta Casa destinadas a pessoas portadoras de deficiência estavam ocupadas por não deficientes. Portanto, trago aqui a demanda, neste momento, para que a senhora possa determinar que a nossa Guarda cumpra a legislação nesta Casa. Obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu queria chamar a atenção dos visitantes - os Vereadores não utilizam essas vagas -, pois precisamos reservar, de fato, as vagas das pessoas com deficiência. Gostaria que o nosso Diretor-Geral verificasse isso e que o entrasse em contato com o Assis Olegário para que verifique, no estacionamento, a placa do carro que deve, por engano, ter estacionado numa vaga de pessoa com deficiência.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Cícero Alvarez, Presidente Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio Grande do Sul - SAERGS -, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo o apoio ao movimento dos funcionários arquitetos e urbanistas e engenheiros da Prefeitura de Porto Alegre pela verba de responsabilidade técnica.

 

O SR. CÍCERO ALVAREZ: Boa-tarde a todos. Gostaria de saudar, inicialmente, a Presidência da Câmara de Vereadores e toda a Mesa Diretora desta Casa, pela disponibilidade deste importante espaço democrático de diálogo entre o Parlamento Municipal e a sociedade civil organizada, que é esta Tribuna Popular. Eu gostaria de saudar também os Vereadores e as Vereadoras presentes; e saudar especialmente os colegas Arquitetos e Urbanistas, Engenheiros, Geólogos, Geógrafos e demais profissionais de nível superior da Prefeitura de Porto Alegre, com registro no Conselho de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Rio Grande do Sul.

Falamos aqui hoje não só pelo Sindicato dos Arquitetos do Estado do Rio Grande do Sul, mas pelo Fórum de Entidades de Arquitetura do Estado, do qual nós fazemos parte. Fazem parte do Fórum, além do Sindicato dos Arquitetos, a Associação de Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul - AAI/RS -; o Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB/RS -, Departamento do Rio Grande do Sul; e a Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura - Asbea, Regional Rio Grande do Sul.

O que nos traz aqui hoje é a luta pelo reconhecimento, por parte da Administração Pública Municipal, da importância desses profissionais com registro no CREA/RS, pela valorização profissional de Arquitetos e Urbanistas, Engenheiros, Geólogos e Geógrafos e, principalmente, pelo óbvio reconhecimento da responsabilidade técnica que caracteriza e distingue as nossas profissões e, principalmente, a nossa atividade profissional no âmbito do Município de Porto Alegre. Apesar de os Arquitetos e Urbanistas terem conquistado, após mais de 50 anos de luta, o seu Conselho próprio, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, o CAU, somos solidários e estamos irmanados aos colegas que compartilham conosco o campo profissional ligado à construção civil e ao desenvolvimento urbano. Temos clareza de espírito que temos que ter maturidade, e não iremos misturar a transição do sistema Confea-CREA para o CAU com nossa solidariedade como irmãos de objeto de trabalho.

Porto Alegre está hoje num daqueles momentos históricos em que é possível identificar que há dois claros caminhos a trilhar e que podem ser decisivos para o futuro de nossa Cidade. A Copa do Mundo de 2014 e seus necessários projetos para a Cidade nos colocaram nesta encruzilhada: a Cidade pode preparar-se para receber esse evento, aproveitando a oportunidade para qualificar Porto Alegre em benefício do futuro de nossa população ou omitir-se e navegar ao sabor dos ventos dos interesses desconexos e não dirigidos. Os projetos e planos de intervenção na Capital do Estado para a Copa do Mundo de 2014 devem ser pensados como equipamentos urbanos, isto é, como elementos estruturadores da Cidade e, acima de tudo, pensados para além de um evento que dura cerca de 30 dias. Os projetos deveriam estar articulados a um planejamento global da Cidade, com a condução do Poder Público, a participação da população e a fundamental intervenção técnica do quadro de servidores, Arquitetos e Urbanistas, Engenheiros, Geólogos e Geógrafos da Prefeitura Municipal.

O que nos parece é que há uma falta de compreensão política sobre a necessidade de um corpo capacitado, autônomo e bem remunerado para construir e para pensar a Porto Alegre para daqui a 50 anos. Dessa forma, a municipalidade se omite o seu papel de mediadora de interesses das diversas partes, e o planejamento urbano fica à mercê de interesses puramente econômicos e momentâneos. Para que essas obras e esses projetos tenham efeito positivo em nossa comunidade, deve ser evitado o casuísmo em projetos desconectados de planos integrais que pensem globalmente Porto Alegre. Deve-se evitar, em nome da urgência, que projetos que interferirão na vida de todos sejam decididos privadamente, sem o devido debate público. Deve-se pensar a Cidade não só para a Copa, mas usar o evento como um momento estratégico para a Porto Alegre de 50 anos após a Copa. Para isso, é imprescindível o entendimento por parte do Executivo Municipal da importância do quadro técnico da Prefeitura Municipal nesse processo e a necessária valorização da responsabilidade técnica que esses profissionais carregam em suas ações ligadas às obras públicas e ao desenvolvimento urbano.

Os profissionais que aqui representamos, na prática cotidiana de suas profissões, registram anotação de responsabilidade técnica sobre as obras e os projetos que realizam. A chance de acidentes nos trabalhos de arquitetura e urbanismo e engenharia é muito mais evidente do que nos ofícios que circunscrevem, exclusivamente, o trabalho de escritório. Em caso de acidentes e danos causados a terceiros, decorrentes das obras e serviços sob sua responsabilidade, é o quadro técnico que responde. Indiciamentos, inquéritos policiais e processos recaem sobre esses profissionais e nunca sobre os entes políticos que têm, inegavelmente, responsabilidade compartilhada, principalmente quando não dão condições adequadas para que esses profissionais exerçam seus ofícios.

Temos plena convicção de que os técnicos da Prefeitura Municipal devem ser remunerados proporcionalmente a essa responsabilidade que jamais recairá nos entes políticos. O Executivo Municipal deve posicionar-se, deve prezar pela excelência nas obras e nos projetos da Capital, deve pagar esse preço. E deve demonstrar isso atendendo a esta reivindicação, atendendo à demanda pela Verba de Responsabilidade Técnica para os profissionais do sistema Confea-CREA e para os profissionais do futuro CAU.

Não trataremos aqui da opção da Prefeitura de Porto Alegre por pagar melhor os fazendários e as pessoas que trabalham no Jurídico, valorizando mais os profissionais que cobram impostos e processam o cidadão do que os constroem e planejam a nossa Cidade. O que pretendemos, unicamente, é requisitar a necessária valorização dos nossos Arquitetos e Urbanistas, dos Engenheiros e todos os demais cargos vinculados aos sistemas mencionados.

Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, solicitamos aqui o apoio de Vossas Excelências, junto ao Executivo Municipal, ao reconhecimento da importância de nosso trabalho e da necessária Verba de Responsabilidade Técnica, essa luta justa e honesta do quadro técnico dos profissionais de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia, Geólogos, Geógrafos e demais profissões abrigadas no sistema Confea-CREA. Contamos com todos. Muito obrigado. Boa-tarde! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Convidamos o Sr. Cícero Alvarez a fazer parte da Mesa.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Vereadora-Presidente, eu me apresso em ocupar este pequeno espaço que me é fornecido, primeiro para manifestar a minha alegria de rever aqui na Casa o Dr. Cícero Alvarez, que, durante o período da Revisão do Plano Diretor, esteve conosco com muita constância, em nome do Sindicato dos Arquitetos, dando-nos excelentes contribuições naquela ocasião. De resto, e relativamente ao tema que o traz à Casa, quero, em meu nome, já que a minha Bancada é constituída de um único integrante, dizer que conte com a nossa sensibilidade para equacionarmos esse assunto com a maior brevidade possível e dentro de uma realidade que certamente não pode ser desprezada em virtude de uma série de regramentos, de confusões burocráticas que, ao longo do tempo, foram colocadas no relacionamento entre Executivo Municipal e seus servidores, entre os quais se destacam, evidentemente, no caso concreto, os técnicos que V. Exª representa, sem nenhum demérito aos demais, inclusive daqueles que já conseguiram alguns avanços, que, longe de provocarem a nossa indignação, devem nos ensejar admiração por já terem conquistado esses avanços e por nos ensinarem o caminho que devemos trilhar. Vamos procurar nos equiparar a eles: é a proposta que eu faço e a luta pela qual eu quero me comprometer junto a Vossa Excelência. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Prezado Cícero e todos os trabalhadores da área técnica aqui presentes, Arquitetos e outras profissões afins, venho aqui, em nome da minha Bancada, do Partido dos Trabalhadores, trazer a nossa opinião e ratificar o que já falamos há poucos dias em outra Tribuna Popular, quando o Presidente do Sindicato dos Engenheiros veio tratar do tema da responsabilidade técnica ou da valorização do trabalho e do acervo técnico.

A cidade de Porto Alegre só existe, porque existem os seus construtores, e, entre eles, obviamente, os principais são os Arquitetos, os Engenheiros, aqueles que trabalham em relação à qualidade ambiental, na mobilidade urbana, no saneamento básico e em toda a estética que constrói a Cidade, na afirmação da sua cidadania.

Portanto, a nossa Bancada reafirma aqui uma sugestão feita naquele momento, sugerindo que, nesta Casa, junto com os senhores, possa ser constituída uma Comissão Especial do Legislativo para trabalhar este tema, que é de toda gestão pública de Porto Alegre, a questão da verba de responsabilidade técnica, e trabalhar, ao mesmo tempo, a isonomia salarial com todos os profissionais que atuam na nossa Cidade. Um grande abraço; muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Boa-tarde, minha cara Presidente, Cícero e todos os nossos ilustres visitantes. Eu já tive oportunidade de conversar sobre este tema há bastante tempo e também já tive a oportunidade de me manifestar da tribuna a este respeito. Como fui Diretor do DEP e sou Vereador de Porto Alegre há um bom tempo, tenho a pretensão de dizer que conheço, com bastante profundidade, a causa e o que expressam os nossos servidores da área para a Prefeitura de Porto Alegre. Já me manifestei favoravelmente em uma oportunidade anterior e volto a dizer que estou junto nessa causa que acredito justa para o servidor, mas também, muito justa para a cidade de Porto Alegre e para os seus cidadãos. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Beto Moesch está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BETO MOESCH: Este assunto já foi pautado; que bom que isso está acontecendo novamente aqui nesta Casa, porque, enquanto nós não resolvermos esse impasse, essa insegurança jurídica, inclusive, esse tema tem que ser pautado, Presidente.

Entendo que, primeiro, todos técnicos de nível superior devem ter isonomia salarial, pois todos são importantes para a Cidade: o Arquiteto, o Engenheiro, o Geólogo, o Biólogo - embora não seja o caso -, enfim, são profissionais que garantem a segurança e a qualidade dos empreendimentos para a Cidade. Portanto, tem que haver isonomia.

O argumento para o aumento salarial dos profissionais da Secretaria da Fazenda é a arrecadação do Município, mas esses profissionais garantem as contrapartidas dos empreendimentos para a Cidade, inclusive, fora do Orçamento, fora dos impostos, ou seja, em termos de arrecadação, esses profissionais também colaboram tanto quanto ou mais do que aqueles profissionais.

Isso ocorreu também com os Procuradores do Município, que, obviamente, devem receber bem, mas, enquanto não houver essa isonomia, Srª Presidente, essa pauta tem que ser priorizada pela Câmara de Vereadores. Isso compromete o próprio serviço que ocorre aqui na Cidade, independentemente da Copa, embora, é claro, a Copa mostre, talvez de forma mais clara, a importância desses profissionais para a Cidade.

Portanto, parabéns, e que esse assunto seja pautado diariamente na Cidade até resolver esse problema. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Eu quero cumprimentar o Sr. Cícero, que está aqui presente, todos engenheiros e arquitetos e dizer que é uma alegria recebê-los novamente. Nós, no ano passado, recebemos toda a direção sindical e fizemos reuniões com o Prefeito Municipal, justamente para dar encaminhamento, pois entendemos, nossa Presidente, que esse assunto já deveria ter sido definido. Sabemos que, em 2009 e 2010, quatro ou cinco responsáveis por obras, por gestões, sofreram processos justamente pela sua responsabilidade técnica. Então, não é justo assumirem a responsabilidade e não terem a contrapartida.

A nossa Bancada é favorável a este pleito, estamos nessa luta já desde 2009 e somos parceiros para que aconteça a igualdade de condições, como já ocorreu com os administradores, os contadores, advogados e outras demais categorias. Contem conosco. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. TONI PROENÇA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; Sr. Cícero, Arquitetos, Engenheiros, trabalhadores da área técnica da Prefeitura que vêm oportuna e justamente reivindicar aquilo que o Ver. Beto Moesch chamou de isonomia com os trabalhadores da área jurídica e os trabalhadores da área fazendária do Município. Nós aprovamos - eu ainda não era Vereador, mas esta Câmara aprovou - um Projeto do Executivo que dava esse benefício, essa gratificação a quem constrói a Receita da Cidade, a quem administra o Orçamento e também aos trabalhadores das carreiras jurídicas. Não é justo que quem executa o planejamento da Cidade e cuida das obras então planejadas não tenha esse benefício.

Portanto, contem com a Bancada do PPS - o Ver. Paulinho Rubem Berta, o Ver. Elias Vidal e eu somos parceiros e solidários nessa luta. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, Sr. Cícero, nós, da Bancada do PMDB, também queremos nos somar às demais Bancadas, apoiando essa reivindicação dos senhores, que também achamos justa.

Eu não poderia perder a oportunidade de dizer que a sociedade, há muito tempo, está sendo vítima da burocracia e do desconhecimento de muitos profissionais da área dos senhores, quando do encaminhamento dos projetos. Até um tempo atrás, eu imaginava que a burocracia só existia lá no prédio da SMOV e da SPM. Hoje, sou convencido de que muitos profissionais da área desconhecem o próprio Plano Diretor e encaminham os projetos “com perna de anão”. Isso ajuda, com certeza, a acumular a quantidade de processos que os senhores têm lá. Agora, como é que se resolve isso? Também com a participação dos senhores. Tem que botar para fora, tem que falar que existe, sim, um desconhecimento de muitos profissionais quando do encaminhamento dos projetos. Eu constatei isso.

Eu queria aproveitar para dizer que lamento profundamente as condições do prédio onde estão localizadas a SMOV e a SPM. Com todo o respeito, ali teria que ser um prédio com todas as condições de segurança e conforto de trabalho, que é o que os senhores exigem quando aprovam os demais projetos. No entanto, nós não estamos dando o devido exemplo. Eu lamento que muitos cidadãos não conheçam o prédio onde os senhores trabalham. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Srª Presidente, a Secretária de Administração anunciou para mim, na sexta-feira, que iniciou um processo de reforma administrativa, com a reforma do plano de carreira. Então, que a gente possa pegar as notas taquigráficas da intervenção passada sobre o mesmo tema, mais a intervenção feita hoje aqui, e que enviemos oficialmente, como as primeiras contribuições desta Câmara Municipal à reforma que está sendo arquitetada na Prefeitura Municipal. Eu acho que seria uma contribuição, porque aqui não falou apenas uma entidade, mas também Vereadores de todas as Bancadas; depois, nós vamos compor esse plano de carreira com a diversidade de opiniões, e é por isso que eu faço este Requerimento neste momento. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Quero saudar o Sr. Cícero Alvarez e colocar a Bancada do PDT à disposição do movimento dos funcionários, arquitetos, urbanistas e engenheiros da Prefeitura de Porto Alegre, no sentido de contribuir na interlocução com a Prefeitura, para que se possa encontrar uma saída que contemple esse segmento tão importante e para que, cada vez mais, as ações da Prefeitura, em que vocês têm uma participação decisiva, tenham mais e mais qualidade, como sempre tiveram. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu acho que agora, sim, todas as Bancadas se manifestaram. Acolho, de pronto, a solicitação do Ver. Adeli, de encaminhamento das notas taquigráficas à Secretaria de Administração, confirmando e informando aos funcionários que o Prefeito Fortunati esteve aqui, na terça-feira passada, Presidente Cícero, entregando o Relatório de Atividades do ano passado e anunciando que, em diálogo com o Simpa, estaria, então, abrindo o debate do plano de carreira de todos os funcionários.

Nós sabemos da reivindicação de vocês, que vocês querem fazer o debate do plano de carreira, mas que querem isonomia e a respectiva gratificação de responsabilidade técnica, que poderá vir a ser incorporada, se for com os demais cargos, num processo de carreira, que é o que todos nós desejamos. Como esse processo é lento, nós também já sabemos, mesmo eu não estando aqui na primeira Tribuna Popular, que, de fato, o problema de vocês é de interlocução com o Governo Municipal. Eu sublinho esse aspecto para o conjunto das Bancadas, especialmente a base do Governo, porque a interlocução com o Governo Municipal parou, cessou em meados no ano passado. Não há nenhuma interlocução ou diálogo em andamento, e, por isso, os funcionários, muitas vezes, estão aqui pedindo a mediação da Câmara de Vereadores.

Nesse sentido, eu acho que a manifestação à SMA ajuda, mas eu gostaria de dar um encaminhamento concreto à Comissão, já prometida e sugerida, neste Parlamento, na outra vinda de vocês. Nós temos um expediente, e consulto os nossos Líderes da chamada Comissão Externa, que é o art. 78 do Regimento. A ideia é que não seja uma comissão de voluntários Vereadores, mas que a gente constitua e institua o debate desse tema na Casa, para fazer a interlocução institucional com o Governo.

Então, a Comissão Externa tem um objetivo; ela é constituída pela Presidente, no caso, e objetiva representar a Câmara no acompanhamento, desenvolvimento e aplicação de políticas públicas. Nós vamos designar, criar um Requerimento, um documento, onde cada Bancada indica o seu representante e constituímos uma Comissão Externa, ou seja, uma Comissão de interlocução com o Governo, de mediação entre Governo e funcionários. Eu gostaria de já deixar indicado que o nosso Diretor Legislativo, o Luiz Afonso, gerasse esse expediente. Luiz Afonso, estou sugerindo que tu geres esse expediente da constituição da Comissão Externa, para que o conjunto das Bancadas indique os nomes, e, na próxima semana, nós já teremos representantes que farão o contato com a comissão que organiza do movimento de vocês, quando teremos a primeira reunião da Comissão Externa com os funcionários, para ver qual passo podemos dar para fortalecer essa interlocução, ou para reabrir o diálogo com o Município de Porto Alegre. Nós temos plena consciência de que há muitos problemas na cidade de Porto Alegre, principalmente em termos de terceirização. Nós sabemos da importância estratégica, eu diria vital, dos nossos funcionários públicos, nossos técnicos, na coordenação, no planejamento, na supervisão, no recebimento e fiscalização das obras, para dar segurança e qualidade às intervenções em Porto Alegre. Então, estamos falando com uma categoria estratégica, assim como os demais funcionários, por quem temos muito respeito. Um abraço a todos vocês; bem-vindos, e essa Comissão certamente dará o encaminhamento às demandas aqui apresentadas

O Sr. Cícero está com a palavra para as considerações finais. (Palmas.)

 

O SR. CÍCERO ALVAREZ: Eu gostaria de agradecer a oportunidade e a movimentação. Acima de tudo, eu espero que esta Cidade comece a funcionar melhor, inclusive o prédio da SMOV, que eu não o tenho frequentado muito, mas, realmente, acho que a manutenção é um dos maiores problemas dos prédios públicos; e é uma coisa que nunca entra na conta, mas é importante que comece a entrar. Ao mesmo tempo, a valorização dos profissionais vai permitir que isso ocorra, pode ter certeza. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h53min.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 14h54min): Estão reabertos os trabalhos.

Consulto se os Vereadores inscritos em Grande Expediente estão presentes neste momento: Verª Maria Celeste, Ver. Luciano Marcantônio, que substitui o Ver. Mario Fraga...

 

O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO (Requerimento): Solicito a V. Exª inversão na ordem dos trabalhos: em primeiro lugar, Comunicações; em segundo, Pauta; terceiro, Ordem do Dia, deixando o Grande Expediente em quarto lugar.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Luciano Marcantônio, solicitando intersão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. ADELI SELL: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero utilizar este período de Comunicações para tratar de problemas da nossa Cidade. Eu não posso, Ver. Tessaro, deixar de anotar e pedir ao Ver. Nilo Santos, Líder do PTB, sempre atento às questões que eu coloco neste plenário, meu caro Elói, que verifique, junto à SMOV, para que possamos resolver o problema de escuridão na Praça da Matriz, na parte que fica junto à Assembleia Legislativa.

A Praça da Matriz é uma praça cuja importância todos sabem, e não sei exatamente qual é o problema ali, porque, na outra parte, nós resolvemos o problema de iluminação - que, por sinal, está bem adequada -, mas aquela parte que está na escuridão depõe contra a Cidade, porque ali é um local visitado por muitos e muitos turistas a qualquer hora do dia ou da noite.

Eu queria dizer a quem está hoje respondendo pelo Governo aqui, que me parece ser o Mario Fraga - e vamos aproveitar a presença do pessoal da Prefeitura -, o Fraga, que está aqui sempre atento, para tratar de outro aspecto da Praça da Matriz: é o abandono em que a SMAM deixou essa Praça. Eu quero aqui apelar à representação do Governo que dê atenção à situação de sujeira, de lixo, de fezes humanas e de animais lá na nossa Praça da Matriz, símbolo da cidade de Porto Alegre. É preciso dar uma atenção especial.

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, primeiramente quero cumprimentá-lo, porque o senhor é um parlamentar que se preocupa com a Cidade e, de uma forma sempre educada, encaminha alguma demanda. Eu falei com o Secretário Cássio Trogildo, e ele disse que hoje mesmo uma equipe estará lá fazendo uma avaliação do local. Apenas para dar um retorno.

 

O SR. ADELI SELL: Eu agradeço. Eu acho que assim devem agir os líderes que têm representações nas diversas Secretarias de Governo, Ver. Cecchim, por causa dessas questões que nós podemos apontar, porque nós circulamos pela Cidade.

De outra forma, eu queria também uma atenção especial ao problema moradores de rua. Eu queria apelar aqui à Bancada do PP; eu tenho conversado muito com o Kevin Krieger sobre esse tema e sei que é um tema que não se resolve do dia para a noite, mas nós temos que tomar algumas fortes atitudes. Eu acho que a gente precisa superar aquela velha questão de que a pessoa na rua não pode ser retirada. Eu não estou propondo tirar ninguém a manu militari; estou apenas tratando de pessoas muitas vezes alcoolizadas, doentes, que não têm as mínimas condições de decidir por si próprias. E é exatamente o serviço de assistência social da Prefeitura, o serviço de tratamento de drogadição que deve fazer esse trabalho, que precisa fazer esse trabalho. Olhem a situação que a gente vive ali no Viaduto Ildo Meneghetti, na Rua Vasco da Gama, aquele Viaduto que passa a Rua Ramiro Barcelos por cima. Há famílias morando ali, fazendo fogaréu. Não bastasse isso, tomaram a Praça Berta Starosta, ali do lado também.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, primeiro, obrigado pelo aparte. Tem razão, sim, Vossa Excelência. Eu gostaria de incluir nessa sua reivindicação que o Executivo, através das Secretarias correspondentes, convidasse também o Ministério Público. O Ministério Público não pode ficar de plantão em defesa dos Direitos Humanos, porque fazer defesa dos Direitos Humanos é também ser pró-ativo, é ir para a linha de frente, juntamente com o Executivo, avaliar as questões e agir. Não dá para ficar em casa, de plantão, criando todos os obstáculos que sabemos que criam.

 

O SR. ADELI SELL: Na verdade, teríamos que fazer uma força-tarefa com o Ministério Público, que pudesse acionar o juiz de plantão, para fazer com que ele liberasse, decidisse, ali mesmo, a liberação de uma ação da Prefeitura para tirar algumas pessoas da rua, que, caso contrário, se não forem retiradas, em menos de três meses, vão para o cemitério. Nós queremos defender a vida, não a morte e nem a desgraça. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu uso este período de Comunicações para compartilhar com Vossas Excelências a alegria de, na semana passada, ter sido anunciado finalmente o início do Vou à Escola para o Ensino Médio. Nós fizemos grandes debates aqui. Foram seis anos de tramitação do Projeto Vou à Escola, Projeto que eu e a Manuela apresentamos nesta Casa quando a juventude, os estudantes entraram nesta Casa - vocês lembram a polêmica - questionando o aumento da passagem de ônibus. Era o ano de 2005, e, conversando com a Manuela, eu dizia: “Nós temos o Vou à Escola municipal, quem sabe buscamos estender o Vou à Escola ao Ensino Médio”. O Projeto, portanto, foi uma construção, uma institucionalização do que nós tínhamos em Porto Alegre, que já chega a seis mil estudantes de Ensino Fundamental, e há uma necessidade escancarada de estendê-lo ao Ensino Médio. Porto Alegre precisava da parceria do Governo do Estado para isso acontecer, porque Porto Alegre já paga todas as passagens do Ensino Fundamental. O Ensino Médio é de responsabilidade do Estado. Por isso fizemos muitas reuniões no Ministério Público, com a Assembleia Legislativa, com o Governo do Estado mediado pelo Ministério Público, porque a Governadora Yeda nunca abriu espaço para esse tema. A Secretária Mariza nunca nos recebeu; o Secretário Ervino Deon também não, no máximo foi um representante no debate que o Ministério Público fez, convocando escolas e convocando o Governo do Estado.

Esse esforço realizado foi importante, e também, quero dizer aqui, tenho de prestar a minha homenagem ao grupo de Conselheiros Tutelares que se mobilizou todos esses anos, denunciando que a juventude perdia o Tri na 8ª série e que não conseguia ir para o Ensino Médio. E esses Conselheiros Tutelares abriram a Audiência Pública na Assembleia Legislativa, e todo esse debate ajudou para o fato de a SMED concordar em votar o Projeto nesta Casa, vocês lembram bem, porque o medo da SMED era de que, votado o Projeto, tivesse de o Município pagar pelas passagens do Ensino Médio Estadual. E nós colocamos Emendas, deixamos tudo muito fechadinho e aprovamos o Projeto. E por que isso foi importante? Porque a aprovação do Projeto criou um constrangimento no debate eleitoral, permitiu colocar no Programa do Governo Tarso - eu me lembro bem, mas me lembro da manifestação que estaria, também, no programa do Fogaça, quando candidato a Governador -, e agora, mesmo sem ter previsão orçamentária, o Secretário Estadual de Educação, José Clóvis; o Secretário da Fazenda, Odir; o próprio Governador, eu mesma, em audiência com ele, quando substituía o Prefeito Fortunati, levei a Lei, e o próprio Governador sinalizou que faria.

Então, na terça-feira passada, foi constituído o Grupo de Trabalho, e, durante o mês de abril, vai ser dado o encaminhamento com a Secretaria Municipal de Educação e EPTC, porque o sistema vai ser o mesmo, só que, agora, para os jovens das escolas estaduais. E os critérios só serão possíveis para dois mil alunos, mas eu fico muito feliz, porque dois mil jovens já são uma parte importante da nossa juventude e serão aqueles que já estão usando o Tri até a 8ª série, esses terão garantida a continuidade no Ensino Médio, e mais os alunos do Júlio de Castilhos, ou seja, alunos excedentes serão encaminhados ao Julinho e terão a passagem gratuita quando morarem a mais de dois quilômetros da escola e quando tiverem, no máximo, meio salário mínimo per capita. Ver. Paulinho Rubem Berta, isso é muito importante para a nossa gurizada na periferia, que não consegue vaga perto da sua casa.

Então, acho que é uma história muito bonita de construção desta Câmara, dos Conselheiros Tutelares da cidade de Porto Alegre e que, com a mudança do Governo Estadual, nosso Tarso Genro, Governador, está garantindo.

Então, eu quero nos parabenizar; acho que a Cidade alcança um instrumento importante para a juventude estar na escola, e não em outros projetos que não levam a uma vida digna e não levam a participar de um Brasil tão diferente como este que estamos gestando. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

(A Verª Sofia Cavedon reassume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Toni Proença está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. TONI PROENÇA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e senhores, na semana passada, na reunião da Comissão de Direitos Humanos, Defesa do Consumidor e Segurança Urbana, desta Casa, nós - Ver. Tessaro, que faz parte desta Comissão - recebemos 45 famílias do Jardim Floresta, que são inquilinos de propriedades que foram desapropriadas para a ampliação do Aeroporto; uma obra importante para a Cidade, que há muito pleiteia a ampliação do Aeroporto. Mas a Infraero, ao desapropriar os imóveis, não conferiu que esses imóveis eram todos alugados, e aí os proprietários receberam a indenização, foram embora e deixaram os inquilino lá nas casas que seriam demolidas para ampliação da pista.

O Ver. Tessaro tinha essa memória, felizmente, e conseguimos construir com a Infraero um novo prazo e uma oportunidade de debater para que possamos atender essas 45 famílias que, de repente, se viram no meio da rua.

Falo nisso, porque, no domingo, ontem, tivemos uma matéria no jornal Zero Hora sobre as principais obras que Porto Alegre vai receber em função da Copa do Mundo; todas elas obras importantes que serão executadas com o intuito de melhorar a infraestrutura, melhorar a qualidade de vida de algumas comunidades, e todas elas muito necessárias.

Eu recordo que, há um tempo, em uma entrevista, o responsável pela Olimpíada em Barcelona dizia que a Olimpíada, do ponto de vista da execução de obras, foi um sucesso, porque só foram executadas obras que eram muito importantes para a Cidade. Então, Porto Alegre está no mesmo caminho, há aqui um elenco de obras, estradas; a Av. Tronco; a 3ª Perimetral, cinco obras com obras de arte; passagens de nível; Av. Padre Cacique e Av. Edvaldo Pereira Paiva; o Sistema Integrado de Ônibus - BRT -; a ampliação e duplicação da Av. Voluntários da Pátria; o prolongamento da Av. Severo Dullius - aliás este é um tema sobre o qual o DEMHAB tem que se debruçar, porque está gerando insegurança nas pessoas, principalmente da Vila Minuano; já fizemos um contato com o DEMHAB, que, no dia 29, vai receber uma comissão da Vila Minuano para dar segurança e tranquilidade àquelas pessoas; o Complexo da Rodoviária; o aeromóvel, lá no Aeroporto; o estádio Beira-Rio; a ampliação do terminal Aeroporto Salgado Filho, o aumento da pista do próprio Aeroporto, e chegamos, finalmente, ao Programa Integrado Socioambiental, que foi motivo da visita da Câmara na Cidade, na sexta-feira pela manhã. E lá nós encontramos uma situação preocupante para alguns moradores que ainda permanecem na Vila Nossa Senhora das Graças, principalmente, pois, ao começar a execução das obras, passou lá uma máquina muito pesada que rachou muitas casas que ainda estão servindo de moradia para muita gente.

Então, nós tomamos providência, o grupo de Vereadores que estava lá, e hoje pedimos à Verª Sofia, nossa Presidente, que encaminhe ao Secretário de Gestão, o Arquiteto Baggio, a nossa preocupação, principalmente com essas casas que têm rachaduras, que já não são mais rachaduras, porque, se entrarmos na casa e olhar pela rachadura, enxergamos do outro lado com uma nitidez assustadora.

Eu acho que aquelas casas têm que ser, imediatamente, interditadas pela Defesa Civil, e aquelas pessoas, aquelas famílias, removidas, porque elas estão ali correndo risco de vida. Suponho que a Prefeitura precisa tomar medidas urgentemente. Havia uma reunião marcada para sexta-feira, à tarde, com a gerência da empresa que está executando as obras, mas imagino que aquelas casas têm que ser interditadas, Ver. Cecchim, imediatamente, porque estão colocando em risco as vidas daquelas pessoas. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Escuto V. Exª, Ver. Nedel.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente, Ver. Sofia Cavedon; faleceu hoje a Srª Rosa Dib Ferreira, irmã do Ver. João Antonio Dib. O sepultamento será às 21 horas, no Cemitério João XXIII. Por isso solicito um minuto de silêncio em homenagem à senhora Rosa Dib Ferreira.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Deferimos o pedido. Peço ao Ver. Nedel - não sei se V. Exª acompanhará os últimos momentos - que abrace o Ver. Dib e represente esta Presidente que estará em outro compromisso.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Srª Presidente, Sofia Cavedon; Vereadores, Vereadoras e todos que nos assistem, sempre que subo à tribuna é para falar sobre a inclusão social das crianças, adolescentes e jovens através da educação e dos esportes. Hoje trago um assunto que, desde o ano passado, nos deixa muito tristes. Eu, que sou um Vereador que moro no Centro de Porto Alegre, como também o Ver. Pujol, ouço muitas reclamações. Antes de falar deste assunto, tive o cuidado de conversar com o nosso Diretor da EPTC, o Sr. Pitol, que deu grande ajuda ao nosso Centro, colocando uma sinaleira perto do Exército, onde era proibido, onde acidentes ocorriam a todo momento. Hoje, dois anos depois, a sinaleira não registra acidentes, Pitol. Há um agradecimento muito grande da Cidade por isto, sem acidentes, sem aquela correria toda para os hospitais.

E agora é o Exército, Pitol - por isso eu falei contigo e quero falar com o nosso amigo, Cappellari -, que utiliza um espaço de estacionamento que abrange toda a Rua Bento Martins até a Rua Riachuelo, um pedaço da Rua Riachuelo, e a Rua dos Andradas. Eles colocam uma corda impedindo que outros estacionem, ou seja, aquele espaço é do Exército. Eu concordo, Cecchim, que o Exército tenha a sua área de segurança, mas, na minha rua, não tem portão de Exército; na minha rua não tem que ter área de segurança; são mais ou menos 300 metros de estacionamento. Por que não colocar parquímetro lá também? Assim, o Governo arrecada um dinheiro, surgem oportunidades, já que todos somos moradores de Porto Alegre e também temos esse direito. Então, por isso, eu levei esse assunto ao nosso querido Pitol, para que a gente não incorresse em erro e cometesse alguma injustiça.

 

O Sr. Idenir Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Tarciso, V. Exª tem toda razão. Certamente, nós temos que ter uma conversa com a EPTC, e, se for preciso, serei seu companheiro para ir ao Exército também, para dizer que a faixa de segurança tem que se restringir ao redor do quartel - e olhe lá! Eu vi essa aberração já desde o final de semana passada. Então, parabéns, sou parceiro, o senhor tem toda razão.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Obrigado, Ver. Cecchim. É claro que a gente vai ser sensível ao Exército, à Brigada, que têm suas áreas de segurança, e que é importante, mas eu acho que o Exército, que a Brigada, ou quem quer que seja da área da Segurança, não têm que tomar todas as ruas de Porto Alegre. Muitas pessoas precisam estacionar ali rapidamente. Uma vez aconteceu de eu parar rapidamente em frente a uma farmácia, em frente à Brigada, e me mandaram tirar o carro, mas, pelo que eu sei, a gente tem direito de estacionar por 15 minutos em frente a uma farmácia; no entanto, não me foi dado esse direito, eu não pude nem parar. Eu acho essa atitude muito arbitrária. Nós estamos vivendo um outro momento, um outro mundo, em que todos temos deveres, mas temos direitos também.

Eu quero agradecer aqui ao Ver. Idenir Cecchim a sua sensibilidade também, e, se precisar de uma nota, nós temos mais de cem assinaturas pedindo que aquelas cordas vão para o chão e que os carros possam retornar a estacionar ali. E a Bancada do PTB - Ver. Nilo Santos, Ver. Nelcir Tessaro e Ver. Alceu Brasinha - também está conosco. É importante; não é nada contra o Exército, nada contra a segurança, porque eu quero, sim, que os profissionais da Segurança também tenham segurança, mas que o povo também tenha. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu não venho a esta tribuna só para criticar a Presidente; hoje eu vim para aplaudir o Projeto pelo qual V. Exª brigou muito, o dos transportes. Eu quero fazer coro, fazer justiça e aplaudir pela coerência em fazer o Projeto, lutar por ele e ir ao Governo buscá-lo. Não importa quantas crianças serão beneficiadas, o importante é que o pontapé inicial foi dado, e está se começando a fazer com as crianças do 2º Grau, aqui em Porto Alegre, aquilo que se faz no Interior, dar condução para elas poderem estudar no Centro ou onde houver vaga. O que não pode é deixá-las sem estudar. Então, vamos cada vez ampliar mais isso.

Temos muitas discussões - eu estava falando com o Ver. Toni Proença agora - sobre o Projeto dos estacionamentos subterrâneos, Ver. Vendruscolo, que está nas Comissões ainda, mas que é um assunto que todos os dias está sendo tratado na Cidade. A Cidade tem urgência disso. Hoje está se começando a restrição dos caminhões no Centro de Porto Alegre - caminhões com mais de dez toneladas e mais de sete metros de comprimento. Essa não foi bem uma proibição, houve um diálogo do setor de transportes com a EPTC, e se chegou a essa denominação, o que, certamente, vai melhorar o movimento de cargas, de automóveis e vai facilitar para todos.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir Cecchim, V. Exª me faz lembrar que, há alguns anos, chegou à minha empresa, no meu escritório, o custo de um menino delinquente: quanto esse menino custava ao Estado. V. Exª, com a sua fala, me faz lembrar que nós, aqui, há uns dois anos, fizemos um discurso neste sentido: que os Governos estadual e municipal fizessem um levantamento de quanto custa um aluno, um menino que teve e que tem a felicidade de estudar, que tem os pais dando-lhe apoio, e de quanto custa aquele que não tem isso, que está detido, está recolhido, está preso, para que nós pudéssemos, cada vez mais, fazer esta defesa, a defesa de investir no jovem antes de ele se tornar delinquente. Eu não tenho esse valor, não tenho noção de quanto custa um menino que vai ao colégio, um menino numa condição normal e aquele a quem, infelizmente, a vida proporcionou uma outra condição.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Muito obrigado, Vereador. Não importa o custo; se nós conseguirmos não ter nenhum menino na FASE, isso será o maior benefício para a sociedade.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir Cecchim, o senhor falava dos caminhões, que vão estar restritos no Centro da Cidade. Também ouvi essa notícia e fiquei preocupado, Vereador, porque um caminhão que carrega dez mil quilos... Tu botas um caminhão que carrega cinco; bota dois desses caminhões juntos e vai ficar maior do que o que carrega dez mil quilos! Aí vai virar um verdadeiro caos, porque vão ter que botar caminhões pequenos. Acho que se deveria ver se essa proposta é boa ou não. Não estou criticando o Secretário, mas acho que, no lugar de um caminhão que carrega dez mil quilos, 15 mil quilos, automaticamente vai-se precisar de três para carregar isso.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: V. Exª tem motivo para se preocupar. O que houve foi um acordo do setor de transportes com a EPTC e com os comerciantes do Centro - com o Sindilojas, o CDL -, para que se fizesse essa restrição. E se estabeleceu mais ou menos dois meses - parece-me que são dois meses - para analisar como é que vai ser esse movimento: se vai melhorar ou se vai piorar. Nestes próximos dois meses, não haverá multa; haverá, sim, uma orientação da EPTC para que os caminhões cheguem até o Centro com menos de dez mil toneladas e menos que sete metros de comprimento. Depois das sete da noite, podem-se fazer todas as cargas e descargas necessárias, porque é necessário; o Centro tem muitos estabelecimentos que precisam de carga de mais de dez mil quilos: supermercados, o Mercado Público, uma série de estabelecimentos.

Agora, eu fico preocupado também com o seu caminhão, Ver. Brasinha, que não poderá circular durante o dia, porque ele tem mais de sete metros de comprimento, mesmo não tendo dez toneladas. Vai ter uma séria restrição. O senhor vai ter que preparar um caminhãozinho menor. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Waldir Canal está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. WALDIR CANAL: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu venho a esta tribuna para falar a respeito do que vimos e ouvimos sobre a situação dos idosos no nosso Brasil. Ontem mesmo, houve uma matéria no Domingo Espetacular, da TV Record, que mostrou, durante um longo tempo, a situação que os nossos idosos estão enfrentando no Brasil. É uma situação de calamidade!

Nós temos o Estatuto do Idoso, que foi promulgado em 2003. De lá para cá, já faz oito anos, mas continuamos tendo desrespeito com o idoso.

Nós vimos o problema do transporte público. Foram mostradas várias cidades, várias Capitais em todo o Brasil, mas serve para nós, porque vemos isso no transporte público aqui da Capital, quando o idoso que entra no ônibus cheio tem que fazer o percurso de pé. Vemos o problema da Saúde. Há esse desrespeito, esta falta de cumprimento do Estatuto do Idoso, que é uma Lei importantíssima.

Eu venho aqui chamar atenção para esse problema, porque precisamos fazer com que esta Lei seja respeitada. O Poder Público, tanto Municipal, Estadual como Federal, têm que unir forças, fiscalizar, trabalhar em cima da conscientização, trabalhar em cima da educação e do respeito às pessoas idosas, o respeito às pessoas que hoje estão aí, viveram, produziram, trabalharam e deram o seu sangue e a sua vida pelo nosso Município, pelo nosso Estado, pelo nosso crescimento.

Há empresas que estão trazendo de volta para os seus quadros, por exemplo, funcionários que se aposentaram, aproveitando a experiência, aproveitando a sua dedicação, o seu conhecimento, para trazer ao ambiente de trabalho mais segurança, mais confiabilidade e um trabalho padronizado.

No Poder Público - eu acho que isso é algo que tem que ser pensado -, os governos têm que aproveitar essa oportunidade, porque a iniciativa privada está fazendo isto: trazendo de volta aqueles que se aposentaram. Quantos funcionários que se aposentaram na Administração Pública poderiam estar de novo trabalhando, se assim o quisessem? Nós vemos aí muitos funcionários que acabam se aposentando, e os que chegam, os novos, não têm história, têm que começar tudo de novo. Nós estamos perdendo uma mão de obra importante por conta da desvalorização, por conta de achar que a pessoa idosa tem que se retirar do mercado de trabalho.

Eu quero parabenizar a Rede Record pela matéria, no programa Domingo Espetacular, e estou aqui repercutindo, porque foi, na minha opinião, uma matéria instrutiva, pela qual todos os brasileiros, inclusive nós do Rio Grande do Sul, pudemos ver que ainda existe esse problema, que ele está aí: o desrespeito. Todos nós, cidadãos, precisamos fazer cumprir a Lei, respeitar o idoso. A Lei, por si só, não vai conseguir sair do papel se nós não buscarmos a conscientização, a educação, no sentido de fazer valer esse Estatuto, que é muito importante. Hoje, nós somos jovens; amanhã, seremos idosos e queremos respeito agora e amanhã. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Nós, agora, temos uma inscrição de relato de representação do Ver. Engenheiro Comassetto, que esteve em Brasília.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Tempo Especial.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; senhoras e senhores; lideranças que nos assistem nas galerias, na última semana, nos dias 29, terça-feira, 30 e 31, quarta e quinta-feira, participamos, em Brasília, do Conselho Nacional das Cidades, no qual tivemos o prazer de representar os Legislativos Municipais do Brasil. Nesses três dias de trabalho, foi analisado e apresentado um conjunto de temas que dizem respeito à política de desenvolvimento urbano.

O primeiro deles é que está sendo instituída - e foi apresentado o projeto - a constituição de um Sistema Nacional de Alertas e Prevenção de Desastres Naturais para todo o Brasil. É um trabalho integrado com a base de levantamentos geotécnicos, via satélite, com todas as ações do clima no Brasil, principalmente no que diz respeito a chuvas e a movimento de águas, cuja implementação estará sendo comandada, a partir do meio deste ano, para todo o Brasil. Com isso, haverá um Sistema de Defesa Nacional que alertará os serviços em todo o Brasil, onde poderão acontecer esses desastres naturais. Ao mesmo tempo, haverá uma política de ação preventiva para as zonas de ocupações irregulares, com risco de morte para as comunidades, como foi o caso mais recente do Rio de Janeiro e, agora, novamente, em Santa Catarina e em outras Regiões do Brasil, como aqui em São Lourenço do Sul, há poucos dias.

Portanto, esse Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais é um projeto desenvolvido pelo Governo Federal, coordenado pelo Ministério das Cidades, num trabalho interministerial e que nos diz respeito. Na sexta-feira, a Câmara visitou várias áreas de risco da Cidade, como às margens do Arroio Cavalhada e outras, onde, cotidianamente, incidem problemas pelo risco à vida daquelas comunidades.

O segundo tema que tratamos no Conselho Nacional das Cidades foi a mobilidade urbana. Tanto o Ministro das Cidades quanto o Secretário Nacional de Mobilidade Urbana apresentaram todo o trabalho - e aqui quero fazer uma referência mais exclusiva a Porto Alegre, pois, até o próximo dia 12 de abril, todos os Municípios brasileiros que desejarem participar do PAC 2, da questão do metrô, devem fazer o seu credenciamento.

Entreguei, no Conselho Nacional das Cidades, o trabalho que Porto Alegre já fez sobre toda essa unificação de esforços que o Prefeito Fortunati construiu nos últimos períodos, um Projeto que se iniciou muito forte no debate da última campanha eleitoral e que agora o Prefeito Fortunati coesiona as forças políticas para que, provavelmente, Porto Alegre seja uma das contempladas, Ver. Mauro Pinheiro, o senhor que está coordenando a Frente Parlamentar em defesa do metrô para a cidade de Porto Alegre.

Quero anunciar que sugeri à nossa Presidenta e à Mesa que formalizasse, como o foi, um convite ao Ministério das Cidades para mobilidade urbana para que, Ver. Mauro Zacher, no próximo dia 14, venha aqui debater conosco os temas do Ministério das Cidades que podem incidir em Porto Alegre.

Outro tema que trabalhamos, Verª Sofia e colegas, é para que, a partir de agora, todos os projetos habitacionais tenham um programa de trabalho social; antes de constituírem os condomínios Minha Casa Minha Vida, que os empreendimentos tenham a continuidade do trabalho social quando da sua implementação. Então, este projeto do trabalho social relacionado aos programas e projetos da habitação de interesse social está sendo desencadeado, Srª Presidente, para que a cada projeto haja um acréscimo de 1,5 a 2% dos recursos para os trabalhos com sociólogos, com assistentes sociais, para orientarem essas famílias que se instalam nesses empreendimentos.

Portanto, sobre esses três dias de trabalho que tivemos no Conselho Nacional das Cidades, eu faço aqui a prestação de contas da nossa viagem, bem como entrego o relatório à Presidente da Casa, para que fique guardado nos nossos arquivos e na nossa Biblioteca, nos materiais lá tratados, que refletem na nossa política, localmente. Um grande abraço, e muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Procede-se à entrega do relatório.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3389/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 164/10, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que dispõe regras para a obtenção de Certificado de Inspeção Predial. Com Emenda nº 01.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0482/11 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 002/11, de autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte, que dispõe normas para incentivo fiscal a pessoas jurídicas que apoiem financeiramente a realização de projetos para o fortalecimento da saúde pública no Município de Porto Alegre. Com Emendas nos 01 e 02.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e demais presentes que nos acompanham nesta segunda-feira, o nosso boa-tarde. Eu venho discutir o Projeto de Lei do Legislativo nº 164/10, de nossa autoria, que dispõe regras para a obtenção de Certificado de Inspeção Predial. Nós protocolamos esse Projeto a pedido do CREA, das entidades da área de controle tecnológico, da área da Engenharia, da Arquitetura, da Agronomia, porque nós tivemos, em Porto Alegre e também no Interior, vários acidentes de proporções significativas em virtude de os prédios não estarem com os laudos atualizados. Esses prédios sofreram danos e patologias do tempo e acabaram por ruir, ou pela ação dos elementos do tempo, também, em especial da chuva, causando grandes prejuízos, com danos e, inclusive, morte de pessoas.

O Projeto justifica da seguinte forma: “As edificações de forma geral, com o passar do tempo, sofrem patologias e, para que possam receber o correto diagnóstico e tratamento adequado, devem ser atendidas por profissionais capacitados e legalmente habilitados para a inspeção predial. A inspeção predial é uma revisão periódica e geral de uma edificação em que o técnico verifica e avalia as diversas características, elaborando um laudo técnico da edificação, englobando aspectos de segurança, de estabilidade estrutural e geral e elementos de fachada em espaços de uso público, como impermeabilização de coberturas, instalações primárias hidráulicas, elétricas e de combate a incêndio, incluindo extintores, elevadores, ar-condicionado, gases e caldeiras, revestimentos internos e externos, e manutenção de forma geral”.

Como todas as pessoas, os prédios, com o passar do tempo, requerem check-up, e, quanto mais avançada é a idade da pessoa, bem como a de um prédio, também mais frequentes devem ser feitas essas inspeções.

O principal objetivo deste Projeto é o regramento da inspeção predial em uma cidade e garantir a segurança à população, pois são inúmeros os casos que temos. Houve o caso da danceteria em que o piso caiu, onde mais de 80 pessoas ficaram feridas; houve o caso de uma marquise na Av. João Pessoa, na mesma quadra da Secretaria Municipal de Saúde, que vitimou uma menina estudante que retornava da faculdade, e tivemos diversos casos de quedas de marquises com vítimas fatais ou sem vítimas, felizmente, mas expondo as pessoas ao risco. Portanto, essa é uma questão muito significativa que diz respeito à segurança das pessoas na Cidade.

O objetivo não é elevar custos ou pressionar para maior as já avolumadas contas dos condomínios, mas é poder, através de um regramento de lei, realizar inspeções periódicas preventivas, porque toda manutenção preventiva é muito mais barata e muito mais segura a todos: aos condôminos, que terão eventualmente que arcar com o prejuízo, caso venha a ter um acidente; e também a reforma requer um investimento preventivo, geralmente muito menor que uma reparação, quando não, muitas vezes, ainda restam vítimas fatais. Por isso o nosso Projeto de Lei é para regrar isso. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, venho a esta tribuna para iniciar a discussão - esta é uma discussão que tem que ser bastante ampliada - sobre os nossos dois Projetos que estão em Pauta. O primeiro Projeto, de autoria do Ver. Todeschini, que temos de discutir com bastante amplitude, principalmente e infelizmente em função das questões ambientais que têm norteado o nosso planeta. Tivemos, junto com o Ver. Beto, e com os Vereadores Todeschini e Oliboni, da Comissão - sugestão, inclusive, dos Vereadores -, uma discussão sobre os desastres naturais, que foi muito produtiva e nos trouxe informações que acabaram qualificando muito a nossa Comissão.

Então, é fundamental que possamos discutir isso também à luz de todas essas modificações climáticas pelas quais o nosso planeta passa hoje. Levantamos também - e estamos discutindo na Comissão - as questões vinculadas às praças, às pichações, que, efetivamente, têm que ser bastante discutidas e ampliadas, porque, a partir delas, nós poderemos, Dr. Raul, ter a retomada dos espaços públicos pela municipalidade. Já fazemos, de público, um convite a toda a população a fim de que possa participar das nossas reuniões.

Tivemos a primeira reunião de uma Comissão em um barco, Ver. Beto, reacendendo a discussão do transporte fluvial, que começou pelo Ver. Beto, na outra Legislatura, e que, certamente, acho que vamos poder dar andamento para que ela se finde no próximo ano, com a Presidência do Ver. Beto. O Ver. Nedel estava lá.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Cumprimento V. Exª pela iniciativa tão importante para a cidade de Porto Alegre, muito importante para a mobilidade urbana e muito importante para o turismo em Porto Alegre. Meus cumprimentos.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Obrigado, Ver. Nedel. Agradeço também a sua presença, a do Ver. Brasinha e a do Ver. Beto. Acho que foi muito importante o Legislativo ter reiniciado esta discussão, que é fundamental para a Zona Sul da Cidade, uma vez que um novo modal pode significar outra estrutura para aquelas comunidades.

Eu também venho falar sobre um Projeto de nossa autoria, que tenta iniciar a discussão com relação ao incentivo fiscal a pessoas jurídicas que apoiem financeiramente a realização de projetos para o fortalecimento da Saúde Pública em Porto Alegre. Sabemos que os dois grandes alicerces da Saúde pública são a gestão e o financiamento, e precisamos, sem dúvida nenhuma, iniciar esse diálogo entre nós: Legislativo, sociedade civil organizada e Executivo, por meio das Secretarias, procurando dar possibilidade para que, no caso, a Secretaria da Saúde possa, a partir do ISSQN e do IPTU, ter alguma possibilidade de lançamento de recursos, ter alguma possibilidade de dar a pessoas jurídicas isenção de imposto para que, efetivamente, elas possam auxiliar na reconstrução dos postos e na questão dos hospitais públicos, tanto o HPS quanto o HPV, podendo, assim, ajudar a Secretaria Municipal da Saúde na restauração de alas desses hospitais. É um Projeto singelo, que dá o pontapé inicial nessa discussão e, sem dúvida nenhuma, vai sofrer emendas, vai ter a contribuição dos Vereadores e do Executivo, para que possamos, sim, ajudar a construir uma nova Saúde em Porto Alegre e fomentar a Saúde no Município. Muito obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, inicialmente, a nossa solidariedade ao Ver. João Antonio Dib, pelo falecimento de sua irmã, Rosa Dib Ferreira. Tenho certeza de que a solidariedade é de todos os Vereadores desta Casa.

Dá-nos a honra do seu comparecimento nesta Casa o Lucas Sergnese, um argentino, de La Plata, formado em Relações Internacionais e Ciências Políticas, que veio fazer um intercâmbio com esta Cidade e com esta Casa. Seja muito bem-vindo!

O jornal Zero Hora, ontem, publicou reportagem sobre como estão as obras da Copa. Eu tenho certeza de que todos os Vereadores tomaram contato com essa reportagem e ficaram cientes da sua responsabilidade em acompanhar essas obras.

Nós temos, Ver. Ferronato, a sua Frente Parlamentar das Obras da Copa e temos a Frente Parlamentar do nosso Cais do Porto. São ações em que esta Câmara precisa ser protagonista e exercer o seu direito de fiscalização, mas uma coisa me preocupa há tempo, Ver. Ferronato. Na capa do jornal Zero Hora, ontem, estava impresso: “A cultura da lentidão atrasa o País.” E eu digo que a cultura da lentidão atrasa também, e muito, Porto Alegre. Como nós demoramos a fazer as coisas! É impressionante!

O Ver. Comassetto disse aqui que esteve no Ministério das Cidades e, claro, incluiu o acesso norte do Porto Seco entre as suas reivindicações. Esse acesso é aguardado há 30 anos pela população de Porto Alegre. Desde 2009, o processo se encontra no Ministério das Cidades sem solução. Estão há mais dois processos, Ver. Dr. Raul. Está lá o alargamento da Av. Vicente Monteggia, no qual V. Exª, Ver. Carlos Todeschini, tem elevado interesse porque conhece muito bem aquela região; está também a recuperação dos corredores de ônibus das Avenidas Protásio e Osvaldo Aranha. Desde 2009, estão esses processos lá. Vejam, isso prova a cultura da nossa lentidão. O jornal Zero Hora publicou vários pontos, por exemplo, a BR-101, há quantos anos nós pleiteamos isso? A BR-116, há quanto tempo existe esse problema? Os presídios? Tem mais de 14 mil mandados a serem cumpridos, e não o são porque não tem onde colocar os presos. A ponte do Guaíba? Nós discutimos muito e fazemos pouco. Graças a Deus está aí a Rodovia do Parque sendo acelerada. Que bom, mas já estão dizendo que, mesmo com a Rodovia do Parque, o assunto não vai ser plenamente resolvido, porque o atraso é muito grande. A ampliação da pista do nosso Aeroporto, há quanto tempo nós esperamos? Esperamos tanto, que agora o projeto já está desatualizado, Ver. Todeschini. Então, já estamos ocupando o tempo com a atualização do projeto. Quantas coisas! O nosso Cais do Porto, nem se fala! Agora têm mais empecilhos pela frente que nós teremos que enfrentar.

Então, a minha proposição, nossa Presidente, é de que a gente faça um esforço conjunto de toda esta Casa para que essas obras sejam realmente implementadas, sejam colocadas, porque eu tenho certeza, Ver. Nilo Santos, de que as obras públicas são necessárias para a Cidade. Por que demoram tanto a serem apresentados os benefícios para a Cidade? Se não há benefício para a Cidade, a obra pública não deve ser feita! Portanto, esse é um grande problema que nós temos, e acho que devemos realmente nos unir, toda a Câmara, todos os Partidos, para trazer benefícios e progresso para a nossa Cidade. Muito obrigado, Srª Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 15h56min): Encerrada a discussão da Pauta.

Havendo quórum, passamos à

ORDEM DO DIA

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Sebastião Melo solicita Licença de Tratamento de Saúde no dia 04 de abril de 2011. Assinada a solicitação pelo Vereador Líder da Bancada, Idenir Cecchim.

Apregoamos Requerimento, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que solicita a retirada de tramitação do PLL nº 114/10, que determina a retirada do muro localizado entre a Av. Mauá e o Porto do Município de Porto Alegre, conhecido como Muro da Mauá. Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Idenir Cecchim. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo o Requerimento, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, solicitando Regime de Urgência ao PLE nº 011/11. (Pausa.) Ver. Oliboni, V. Exª poderia explicar o porquê da urgência.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, este é um Projeto do Executivo em função da dispensa da Fugast do HPV. O Governo Municipal está mandando este Projeto de Lei e pediu para que nós agilizássemos a tramitação e a votação; por isso achei oportuno encaminhar o Requerimento para urgência, até porque o Governo precisa resolver o mais rápido possível a situação da substituição dos trabalhadores que, na verdade, foram dispensados da Fugast e serão contratados para suprir a necessidade do HPV.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que solicita Regime de Urgência ao PLE nº 011/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4255/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 040/10, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao senhor Renato Portaluppi.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Adeli Sell: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 16-03-11.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PR nº 040/10. (Pausa.) Não há quem queira discutir. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0022/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 002/11, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Samuel de Almeida Lima Filho.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81da LOM em 04-04-11.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PLL nº 002/11. (Pausa.) O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para discutir o PLL nº 002/11.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, venho a esta tribuna apresentar o Projeto que concede o Título de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Samuel de Almeida Lima Filho, que tanto tem feito pela nossa Cidade, destacando-se, principalmente, na parte econômica e se envolvendo diretamente na área da construção civil. O Sr. Samuel sempre trabalhou para que a economia porto-alegrense pudesse crescer, gerando mais empregos com abertura de novas empresas, com matriz em São Paulo e filiais em Porto Alegre e no interior do Estado, fazendo com que, cada vez mais, a economia tanto de Porto Alegre como do Estado se destaque.

Nesse sentido, venho solicitar aos colegas Vereadores o apoio para que seja aprovado esse Projeto e, assim, outorgarmos a merecida homenagem de Porto Alegre ao cidadão Sr. Samuel. Quero, então, agradecer aos Srs. Vereadores e Sras Vereadoras que puderem acompanhar o meu voto. Obrigado, Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o PLL nº 002/11. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 24 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 6740/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 197/07, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que proíbe o uso de aparelhos de telefone celular durante as aulas, nas escolas públicas da Rede Municipal de Ensino, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela rejeição do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PLL nº 197/07. (Pausa.) A Ver. Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLL nº 197/07.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, eu queria dialogar com o autor da proposta, o Ver. Haroldo, que, no melhor dos intuitos, escreveu essa proposição no sentido de garantir que houvesse uma menor interrupção das aulas pelos aparelhos celulares. Entretanto, eu, que acompanho bastante também, lá na Comissão de Educação, essas questões das escolas, tenho impressão de que o fundamental é que a gente garanta a gestão democrática da escola, porque essa questão de regras, de disciplina, de discussão e votação de como serão procedidas às questões didáticas dentro da escola tem que ser discutida pela própria comunidade escolar. Então, eu queria sugerir ao Vereador que a gente fizesse, se houver a concordância do autor, um seminário sobre o tema, porque eu sei, por exemplo, de várias professoras que usam o celular também como uma tecnologia de aprendizagem em sala de aula, seja para bater fotos e depois publicá-las, usando o melhor da web 2.0, das novas tecnologias da comunicação como forma de agradar os estudantes, como também sei de alguns casos em que é proibido, de fato, o uso de celular em várias salas de aula. Eu tenho certeza de que a proposição do Ver. Haroldo foi no melhor dos intuitos, qual seja, de barrar a interrupção das aulas em razão do aparelho celular, mas me parece que esse assunto merece uma discussão com a comunidade escolar, com o sindicato, com a representação dos estudantes, dos professores, dos funcionários, para garantir que a legislação seja parte de uma construção coletiva com os preceitos da gestão democrática, e não uma imposição da Câmara Municipal ao conjunto da rede municipal.

É uma sugestão que fica, porque, na realidade, eu tenho dúvida se nós podemos, sem essa discussão, sem esse debate aprofundado, fazer um projeto de lei de tal natureza.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para discutir o PLL nº 197/07.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Srª Presidente, Verª Sofia; demais Vereadores e Vereadoras; público que nos assiste pelo Canal 16 e nas galerias, tenho certeza de que o Ver. Haroldo - com todo o respeito que tenho por V. Exª -, quando colocou este Projeto, foi com o intuito de ter um cuidado com o uso do telefone celular. Só que, na minha opinião, não devemos proibir, acho que devemos é educar as crianças quanto à utilização do telefone celular, e não simplesmente dizer para elas que é proibido o uso do telefone, até porque temos aqui o Parecer da própria Secretária de Educação, que mandou um Ofício que eu gostaria de ler (Lê.): “Em atenção ao ofício nº 1.532/08 - Processo nº 6740/07 da Câmara Municipal de Porto Alegre, informamos que a SMED tem por princípio respeitar a construção das políticas de gestão dos espaços escolares por seus diretores, professores, funcionários, alunos e responsáveis. Cada escola, com sua comunidade escolar, através do Projeto Político-Pedagógico - PPP -, referenda as suas ações educativas. Entendemos ser pertinente a preocupação do vereador Haroldo de Souza, mas não a ponto de, nesse momento, tornar-se lei. Repassaremos às direções das Escolas Municipais, em reunião mensal de março de 2009, a preocupação do senhor vereador quanto ao uso de celulares por alunos em sala de aula e estenderemos o debate, conforme sugestão da assessoria pedagógica, que o regramento seja estendido aos professores. Após faremos chegar ao Vereador a posição das Escolas Municipais e da SMED sobre o assunto”.

Quer dizer, a própria Secretária de Educação, respeitosamente, faz suas colocações, achando que é interessante o debate, mas que cada Diretor, cada escola, faça esse debate dentro da sua escola, e não que simplesmente se proíba.

Portanto, Ver. Haroldo de Souza, entendo e tenho certeza de que o senhor está preocupado, acho que toda esta Casa tem essa preocupação, mas eu acho que não é pertinente este Projeto, tendo em vista a própria colocação da Secretária de Educação.

Portanto, votarei contrariamente, tendo em vista até mesmo este Parecer. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para discutir o PLL nº 197/07.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Vereadores e Vereadoras, eu subo a esta tribuna para defender o Projeto, mas sem usar os cinco minutos, porque, Ver. Luiz Braz, ele já tramitou em todas as repartições necessárias, e eu acredito que ele deva ser colocado em votação. As pessoas que forem contra votem contra; as pessoas a favor, evidentemente, que votem pelo Projeto.

No entanto, eu quero agradecer muito à Secretária, que deu uma resposta muito bonita, muito diplomática, mas que a mim não convence, já que eu sei como é nos bastidores, como as coisas trabalham na política e nas Secretarias. No entanto, pelo menos despertamos a atenção dos diretores e da própria Secretária da Educação. Eu tinha feito uma pesquisa entre os pais dos alunos - não sei se isso tem importância - tem? -, uma pesquisa muito séria; eu mesmo, pessoalmente, fui fazer a pesquisa junto aos pais dos alunos, e a aprovação foi de aproximadamente 80%. Se os pais dos alunos, num grau altíssimo, de 80%, acham que o Projeto é válido, eu prefiro ficar com eles a ficar com os Vereadores contrários e com a própria Secretaria de Educação. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir o PLL n° 197/07.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Ver. Haroldo de Souza teve a coragem de colocar em discussão um assunto de que se fala todos os dias. Eu não sei se celular tem alguma coisa a ver com a falta de segurança nas escolas, com o nível baixo de aprovação, com a falta, muitas vezes, de conteúdo nas escolas, mas eu queria dizer ao Ver. Haroldo de Souza que ele tem toda a razão quando se preocupa também com os pais dos alunos, com o que pensam os pais.

Eu, pequeno, com oito, nove anos, quando ia para a escola - primeiro, não havia celular, e, se houvesse celular naquela época, eu não teria condições de ter um, por não conseguir pagar -, a disciplina nas escolas era um pouquinho mais rígida. Não era preciso haver a truculência de antigamente, quando se batia nas mãos das crianças, mas havia disciplina. Eu sou ainda da época, Ver. Haroldo de Souza, em que se era obrigado a usar uniforme. Não tinha a de você ir para a aula sem uniforme; você era obrigado... E, se olharmos para a maioria dos países, aqui na América Latina e no mundo, veremos que as crianças vão para a aula de uniforme e são obrigadas a irem à aula de uniforme. Sabem para que isso? Para evitar a disputa de marca de tênis, de marca da calça, de marca da blusa. Aquele que não tem condições de comprar o tênis de marca, ou ele fica de lado, ou, como acontece muitas vezes, assaltam um que tem para botar num outro que não tem. Muitas vezes, esse que pega esses tênis roubados não é bandido, mas ele é quase forçado pela situação que se impõe aos alunos mais pobres, numa disputa de marcas. Aqui não se disputa quem é o melhor aluno; disputa-se quem tem a melhor roupa, o melhor tênis, a melhor pasta.

Eu acho também, Ver. Haroldo Souza, que não é só questão de dar liberdade, porque, muitas vezes, essa liberdade custa muito caro: a discriminação pela roupa leva, muitas vezes, ao chamado bullying, e isso acontece todos os dias, em todas as escolas de baixa, de média e de alta renda, uma disputa para ver quem está com a roupa mais bonita, em vez de olhar quem presta mais atenção na aula e quem tem a melhor nota. Parabéns, Ver. Haroldo de Souza.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 197/07.

 

O SR. ADELI SELL: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, é um debate muito difícil, meu caro Haroldo, tremendamente difícil, porque eu acho que essa questão tem que ser dialogada.

Eu, por exemplo, acho que deveria haver um acordo de que, no início das aulas, os telefones fossem desligados, e as pessoas o pudessem utilizar na hora do recreio, para dar recado para casa ou receber ligações no fim da aula. Hoje, qualquer telefone, por mais simples que seja, tem a possibilidade de ser colocado no silencioso.

Pergunto-me o seguinte: seria essa uma condição para prestar atenção na sala de aula? Eu me lembro de um debate aqui, há menos de quatro anos, eu creio, quando uma importante emissora de rádio, televisão e jornal esteve aqui e fez um escarcéu, porque a então Vereadora Manuela e o Ver. Adeli Sell usavam laptop no Plenário, como se o uso do laptop, como estou fazendo, impedisse-me de prestar atenção a todas as falas que ocorrem ou a todos os comentários paralelos. Afinal de contas, o ser humano tem a capacidade de olhar, de ouvir, de atender.

Eu creio que a maneira como a educação é exercida hoje, de uma forma tradicional, ela faz com que os nossos alunos não prestem muita atenção em certos papos em sala de aula. Hoje, há, inclusive, um programa que prevê um computador para cada criança, ou seja, um microlaptop para cada criança; hoje se fala em estender a banda larga para todos os recantos do País; hoje se fala em cidade digital, o que não é uma coisa tão simples de ser conseguida, porque exige dinheiro, tecnologia.

Agora, pela maneira como nós estamos tratando da questão do ensino e da aprendizagem, hoje, no Brasil, eu acho que dificilmente vamos ter alunos atentos. Na minha opinião, nós vamos ter, ainda durante algum tempo, momentos de muita violência nas salas de aula, ainda vamos ter muitos momentos de bullying. Agora virou moda discutir o bullying, mas eu quero saber quais as medidas que as escolas estão, efetivamente, tomando para coibi-lo. Nós estamos vendo muito debate; há inclusive gente ganhando dinheiro escrevendo sobre o tema. Agora, um aprofundamento da discussão sobre esse tema, eu praticamente não vejo.

Eu vejo é um aumento de dificuldades nas salas de aula. É evidente que não há como se dar uma aula expositiva, anotando coisas na lousa ou no quadro ou usando o PowerPoint, se todo mundo estiver com o telefone celular tocando ou houver quatro ou cinco pessoas falando ao celular. Eu acho que isso tem que passar por um bom debate. Eu confesso que tenho muitas dúvidas sobre esse tema. Acho que nós deveríamos ter feito um debate maior sobre este Projeto!

Eu vejo uma certa debilidade na discussão dos projetos nas Comissões, quando há um Projeto como este que, de fato, mexe com conceitos, e pena que não tenhamos feito esse debate, por exemplo, na Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude; lá deveríamos ter feito a primeira discussão. Talvez devêssemos ter utilizado o período de Comunicações Temáticas das quintas-feiras aqui para fazer esse debate com educadores. E, como o Vereador pediu para votar, votaremos, talvez até com prejuízo, mas eu creio que o Vereador vai, independentemente do resultado, trabalhar o tema, seja para convencer os professores, seja para convencer a Secretaria de Educação da sua posição correta, ou, em não sendo aprovado, retomar o debate aqui, para que a gente possa, de fato, discutir, efetivamente, o que nós queremos com o processo de ensino e aprendizagem.

Eu, por exemplo, tinha um discurso enviesado, Fernanda, acerca da educação infantil. Eu sempre dizia que era preciso ter creche comunitária, educação infantil, porque, afinal de contas, a mãe, que muitas vezes é provedora do lar, tem que ter condições de deixar o seu filho numa creche e trabalhar, ou o pai trabalhar. Eu vejo que eu estava errado, que a educação infantil é um direito da criança, independentemente se ela pudesse ficar em casa com a mãe, com o pai, com a avó ou com alguém responsável. Ela tem o direito de conviver com outras crianças. Então, o conceito de educação infantil é um direito da criança, não um problema para ser resolvido com o pai, com a mãe. Pode ser consequência resolver esse direito. Eu, hoje, tenho essa concepção, porque eu fiz um colóquio aqui na Câmara, debatendo a questão da educação infantil. Então, eu evoluí a partir desse debate, como eu acho que nós temos que evoluir em muitos debates. Por isso eu acho importante o Parlamento, porque o Parlamento não é apenas aplicar uma legislação, fiscalizar ou aprovar ou não aprovar uma lei, mas também são muitos debates que devem ser feitos. Infelizmente, nós fazemos poucos debates, e a mídia, muitas vezes, não ajuda em absolutamente nada. Eu vejo que, muitas vezes, tem gente de alguns programas - e, antes, eu ouvia um comentário do Brasinha aqui - que vem aqui para fazer palhaçada, e não para reproduzir o que se passa no Parlamento. Eu posso falar disso com autoridade, porque eu já fui vítima de palhaçada de programas de televisão. Eu não aceito, não tolero, porque é um direito que eu tenho de ter as minhas dúvidas, porque eu represento um contingente muito grande de eleitores, não apenas aqueles que votaram em mim, Ver. Nilo Santos, mas também aqueles que votaram em branco, aqueles que não sabem em que votaram na última eleição. Nós somos, aqui, uma representação do conjunto da sociedade, e por isso eu quero fazer este debate até as últimas consequências. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir o PLL nº 197/07.

 

O SR. NILO SANTOS: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; senhores e senhoras, eu pretendo ser breve. Ver. Haroldo de Souza, o Estado está tentando implantar o uso dos uniformes, exatamente para nivelar as crianças, para terminar com as patricinhas e os mauricinhos dentro das escolas.

O uso do celular nas escolas, principalmente no momento em que as crianças estão tendo aula, é prejudicial e, infelizmente, o celular, hoje, nas escolas, Ver. Mario Fraga, é usado também para mostrar quem pode mais e quem pode menos. Infelizmente, Ver. Mauro Pinheiro! Então, há crianças que não têm condições de ter um celular mais avançado e fica constrangido. Escola é lugar para ir estudar, é espaço para que a criança tenha oportunidade de aprender; o momento da aula não é o momento de ficar torpedeando e combinando a saidinha da tarde ou a balada do final de semana. Escola é lugar para aprender, Ver. Mauro Pinheiro. E quem defende a educação... Ora, quando nós vamos para uma reunião, aqui mesmo na Casa, uma reunião séria, quando toca o telefone celular, a gente não atende. Quando estamos em uma reunião importante e toca o telefone celular, a gente não atende para se concentrar sobre aquele assunto que está sendo discutido. Agora, o que uma criança, Ver. Haroldo de Souza, de 10, 11 ou 12 anos tem de tão importante que não pode deixar para torpedear após a aula? Senhoras e senhores, qual é a necessidade, qual é a importância - não é nem ser duro demais com as crianças -, qual é o assunto tão importante que a criança não pode adiar para torpedear após a aula, ou fazer contato após a aula?

Por favor, vamos permitir que essas crianças usem a sala de aula para se dedicarem aos seus estudos. Esse seu Projeto, Ver. Haroldo de Souza, está contribuindo para que a criança se dedique aos estudos, porque muitas crianças passam pelas salas de aula e saem sem aprender nada, a não ser beijar bem, porque usam o espaço público, usam a escola para ficar ali se comunicando; outros ficam no MP4, curtindo música dentro da sala de aula; usam o celular para fazerem vários tipos de contatos; outros, de 10, 11, 12 anos, navegando na sala de aula, enquanto a professora está ensinando, por favor! Esse Projeto vem para contribuir com os professores, pois muito já perderam a autoridade para estabelecer o não uso do celular na sala de aula. Isso é uma ferramenta para que o professor possa exercer a sua autoridade. Estamos vivendo uma crise na Educação, senhoras e senhores! O celular não vai contribuir neste momento! Por que não retirar esse equipamento? Não estamos falando de gente com 18 ou 20 anos; estamos falando de crianças de 10, 11, 12, 13 anos que não sabem fazer uso do celular para o seu benefício. Não estamos falando que o celular vai contribuir para a Educação. No que o celular vai contribuir para a educação de uma criança de oito, nove anos? Na educação de como mandar torpedo? Ah, por favor! Por favor! Sala de aula é para a criança prestar atenção ao que o mestre está ensinando, é para aprender, para ser orientado; não é para ficar se comunicando com outros que não têm nada a ver com aquela matéria que está sendo ensinada.

Parabéns, Ver. Haroldo de Souza. O senhor tem o meu apoio nesse Projeto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A partir deste momento, eu me retiro para a posse do Procurador-Geral do Ministério Público, Dr. Eduardo Veiga, e convido o Ver. Toni Proença para conduzir os trabalhos da Sessão. Se algum Vereador quiser participar, acho que esta Casa será bem representada.

 

(O Sr. Toni Proença reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLL nº 197/07.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, acho que o Ver. Haroldo de Souza está protagonizando uma grande e necessária discussão nesta Casa. Portanto, eu queria pedir ao meu amigo Ver. Haroldo que se pudesse adiar para fazermos um seminário sobre esse tema para aprofundar o conteúdo, porque existe muita dúvida no Plenário.

Eu sou daquelas que têm a opinião de que toda tecnologia deve ter a melhor utilização possível, inclusive dentro da escola, para o aprendizado. Discutíamos agora, na Bancada, a forma como os alunos utilizam essa tecnologia, e, muitas vezes, muitos educadores têm dificuldade de acompanhar essa relação muito próxima com a tecnologia e com as redes sociais.

Eu fazia uma pesquisa agora na Internet, e o celular também pode ser usado para uma metodologia de aprendizado, inclusive dentro da sala de aula. Então, existem opiniões diversas no meio acadêmico sobre o uso ou não do celular em sala de aula. Nós sabemos o quanto atrapalha o toque de um celular, mesmo nós, que usamos nas reuniões, mas também sabemos o quanto facilita quando o celular tem acesso à rede social, inclusive para as possíveis pesquisas em sala de aula. Eu acho que o aprendizado e a metodologia têm muito a contribuir e a ganhar do ponto de vista de acumular conhecimento através do uso dessa tecnologia disponível. Eu quero aqui lembrar, Ver. Raul - que é médico -, que, na Idade Média, como é que se operava uma pessoa, um paciente. Qual era a tecnologia que se usava? Nenhuma. Não havia medicação; abria-se um paciente com serrote. Era esse o método que era utilizado. A escola também funcionava com uma metodologia arcaica. Era alguém que sabia transmitir o conhecimento para um grupinho de dez crianças. Hoje, as cirurgias são feitas a laser. A tecnologia disponível que há na sociedade foi implementada e implantada para o recurso da sobrevivência de pacientes através da Medicina. E, lamentavelmente, o que a gente percebe dentro da escola é que o sistema de aprendizado é o mesmo, é alguém que sabe, é o professor que sabe, e são os alunos que não sabem o conteúdo, e muitas escolas, por falta - não é culpa dos professores e dos educadores - de investimentos na Educação, estão sucateadas, não têm biblioteca, e as crianças não têm acesso à informação, não têm computadores, não há uma série de questões. E, lamentavelmente, nós reproduzimos a mesma metodologia da Idade Média, sob o ponto de vista da Educação.

Então, eu acredito que possamos, Ver. Haroldo, fazer um grande debate nesta Casa sobre esse tema, possibilitando uma saída, porque eu acredito que, simplesmente proibir o uso do celular na sala de aula, não vai resolver. E aí estarmos, mais uma vez, implementando uma lei nesta Casa que não vai resolver o problema da questão de captar a atenção do grupo de alunos dentro de uma sala de aula para resultar num maior aprendizado. Eu queria fazer um apelo a V. Exª, para que pudéssemos fazer um grande debate sobre esse tema, ouvindo inclusive educadores, professores, acadêmicos que são favoráveis ao uso do celular em sala de aula, do ponto de vista do incremento que a rede social pode estabelecer no conteúdo do aprendizado desse aluno, que precisa estar em sintonia com o mundo moderno.

Portanto, eu faço este apelo para que possamos formar uma opinião coletiva com consistência, porque simplesmente proibir, desrespeitando, inclusive, aquilo que traz metodologia à comunidade escolar, ao processo pedagógico da escola, não irá resolver o problema que hoje é enfrentado com uso do celular na sala de aula. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 197/07.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; senhoras e senhores, Vereador Tessaro, o que me chama a atenção é que nós estamos esgotando a nossa Sessão de hoje, já estamos na Ordem do Dia, e nenhum Vereador, até agora - daqueles que costumam vir aqui e criticar tudo - veio falar sobre o “mensalão”, porque ficou absolutamente claro que aquelas pessoas ligadas ao Lula, que estavam grudadas no Lula, eram culpadas, roubaram dinheiro público.

E agora estão esperando chegar abril, porque estão esperando ficar livres das denúncias, para o processo chegar ao final. E eu não vi as pessoas que costumam fazer críticas virem a esta tribuna fazer mais críticas. O que será que aconteceu? Esta tribuna parece que tem pó-de-mico, quando acontece alguma coisa ligada ao grupo que pertence ao Governo!

 

(Aparte antirregimental da Verª Maria Celeste.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu peço desculpas; nós vamos falar sobre o Projeto, mas é só para não deixar passar isso, e esta Sessão se esgotar sem que a gente fale sobre o tema, porque fica parecendo que ninguém leu as revistas da semana, ninguém leu jornal, ninguém viu nada disso. E este é um Plenário de Câmara Municipal, representando toda a sociedade de Porto Alegre. Então, espero que alguém fale.

Ver. Haroldo de Souza, quero cumprimentá-lo, porque V. Exª anteviu um problema que esta semana também foi denunciado e que diz respeito, Ver. Adeli Sell - V. Exª que também é professor -, ao uso de celulares na sala de aula para fazer cola. Hoje está se utilizando o seguinte, Ver. Haroldo: todos os celulares atualmente vêm com máquina fotográfica. Então, o cidadão fotografa a sua questão e passa para o colega, ou fotografa a do colega. Não dá para usar celular na sala de aula, porque não é lugar de uso de celular, não pode. Aliás, isso já deveria ser uma coisa absolutamente racional, as pessoas não podiam estar utilizando celulares na sala de aula, mas nunca é demais que se coloque uma legislação falando sobre o tema. Eu até peço ao meu querido amigo, meu companheiro de Bancada, Ver. Mario Manfro, que observe esses detalhes que surgiram agora, na última semana, com relação à possibilidade de cola feita através dos celulares.

Eu acho que o Projeto do Ver. Haroldo de Souza vem bem a calhar, porque, ainda, aqui, nas escolas municipais, nós estamos utilizando livremente os celulares dentro da sala de aula, e isso não pode, gente! Eu acho que a minha querida amiga Cleci Maria Jurach, Secretária de Educação do nosso Município, tem que tomar providências no sentido de proibir a utilização dos celulares, com toda a certeza.

A tecnologia avançou, mas, na sala de aula, fica impraticável nós termos celulares ligados para que as pessoas assistam à aula; e até pelo toque do celular, que pode atrapalhar a concentração dos alunos no aprendizado de alguma matéria.

Eu acredito que realmente tem razão o Ver. Haroldo de Souza ao apresentar esta matéria aqui neste plenário.

Eu espero que também os Vereadores não precisem consultar os seus celulares, que possam consultar a revista Época e ver as outras publicações que falam sobre aquele pessoal que participou do “mensalão”, que diz que todos eles roubaram dinheiro público e que por isso têm que ser condenados. E eu espero que as pessoas todas deste plenário abram a revista Época, ou pelo menos vejam aquilo que está acontecendo com relação a isso, porque afinal de contas é uma obrigação nossa, mas aqueles que não puderem, peguem os celulares, liguem para alguém para poder confirmar essas matérias todas. Se não quiserem abrir o jornal, se não quiserem abrir a Época nem nada, peguem os seus celulares e telefonem.

Então, Ver. Haroldo, com toda a certeza, vou votar favoravelmente ao Projeto de Vossa Excelência.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir o PLL nº 197/07.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; público que se encontra nesta Casa legislativa; pessoas que nos assistem pela televisão, eu quero dizer que educação é algo muito sério, gente!

A gente olha até com uma certa ponta de inveja para outros países pelo alto índice de transformação, envolvendo desde o aspecto da consciência ecológica, como não jogar o lixo no chão, o respeito com a própria natureza, os valores reais da vida. Tudo passa pela educação. E educação é algo extremamente importante, porque só a educação transforma. Podem ter certeza disso. Só a educação transforma! E não precisa ser um educador, uma pessoa de muita experiência; uma pessoa de mediano ou menor conhecimento é capaz de entender que concentração é tudo para se fazer uma leitura, uma interpretação de texto, para se equacionar uma álgebra. Para qualquer assunto de ensino, a concentração é indispensável. E um telefone celular na sala de aula, puxa vida! Eu acho que a democracia pede a discussão, mas você não precisa gastar tempo para convencer alguém de que isso é prejudicial, altamente prejudicial à educação. Então, por que se proíbe dirigir com telefone? Por que, senhores? Porque, com o telefone no ouvido, você se desliga a ponto de se matar, a ponto de se estraçalhar na frente de um caminhão com o seu carro, de cair em um abismo, de matar pessoas, de matar os seus filhos! Milhares e milhões de pessoas têm perdido as suas vidas porque se distraem em segundos com o telefone! O indivíduo sai do ar! Com o telefone no ouvido, o indivíduo entra em outra esfera de pensamento, e o moleque, o aluno, a criança, o adolescente, com o aparelho na mão, se desligam! Além disso, os jovens, hoje, já não sabem mais escrever. Vocês viram outro dia uma reportagem? Eles estão perdendo a capacidade de escrever, a coordenação motora.

Então, senhores, esse projeto do Ver. Haroldo de Souza está extremamente em harmonia com a educação, está em sintonia. Você não pode permitir isso a uma criança, a um adolescente... Com o adulto, tudo bem, o professor pode pedir que desligue o telefone, mas as crianças e os adolescentes têm essa dificuldade.

Então, como vão equacionar isto na sala de aula? O professor vai pedir para desligarem os celulares? Vai ter um cofre, um lugar para guardar todos os aparelhos? Não acho que seja o melhor caminho, mas sou cem por cento favorável a que se proíba o uso do telefone na sala de aula, porque a criança se distrai, ela vai para outras áreas, e a professora está falando, e o professor está ensinando, e esse aluno, esse adolescente não está entendendo nada, está perdendo. Enquanto isso, os pais estão pensando que seus filhos estão aprendendo, e eles estão se distraindo com coisas que não são para aquele momento.

Vai chegar o momento em que cada aluno vai ter um smartphone, que é outro aparelho, e, de repente, isso vai ser tão popular daqui a algum tempo, vai ser uma ferramenta dentro da sala de aula, mas não é o caso ainda, assim também com o iPad, que é um notebook menor, reduzido, mas com muita capacidade de distrair a criança e o adolescente.

Então, gente, vamos pela Educação. Já temos as drogas nas escolas, os homicídios acontecendo na sala de aula, aluno entrando com revólver, agressão, tanta coisa ruim atacando a educação. Muitos dos senhores são do tempo em que a gente pegava uma florzinha e levava para a professora, e ela ficava feliz da vida. Hoje, ser professor é um parto, é um problema, é um stress danado! Nós precisamos nos somar aos professores, à Educação e parar com esse papo-furado de querer “fazer grau” em cima de uma coisa que é nociva à educação, que distancia a criança da educação!

Então, senhores, fica aqui a minha fala: sou a favor deste Projeto e acho que é um Projeto coerente. Quem pensa o contrário, eu acho que está indo na contramão da educação, tem de rever os seus conceitos de educação. Que educação você quer para a Cidade, para o seu País, para este mundo?

O professor falando, ensinando lá, e a criança no mundo da lua, com outras coisas, se divertindo, se distraindo com outras coisas que não a educação... Acho que temos de ser mais conscientes, especialmente aqueles Parlamentares que estão mais ligados à Educação, que têm de levar mais a sério isto. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLL nº 197/07.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, ouvi atentamente as diversas manifestações e quero fazer algumas considerações. Primeiro, o Projeto do Ver. Haroldo de Souza coloca exclusivamente as escolas da rede municipal de Porto Alegre. Então, é um universo pequeno; ele não fala na rede estadual nem na rede privada.

Muito se usou, em determinado momento, que é proibido proibir. Na realidade, essas questões deveriam se limitar às normas de convivência interna da escola, mas nós sabemos que nem sempre se dão desta forma as relações; sabemos que, muitas vezes, há o confronto. E o jovem adolescente, a sua faixa etária é a de contestar, é a faixa etária do ser contra e, muitas vezes, ser contra por ser contra. Isso faz parte da sua formação, faz parte da sua faixa etária.

Na realidade, quando eu falo na questão de normas de convivência, ora, no momento em que o professor está na sala de aula, ele é o dono da cátedra, e caberia aos alunos, simplesmente, obedecer-lhe, e, quando eu digo que é questão de obedecer, é permissão, logicamente, para diálogo, mas não é isso que ocorre, e nós sabemos que, na sala de aula, é comum um aluno pegar alguém e ligar, e daqui a pouquinho ter quatro, cinco alunos ligando para aquele mesmo dentro da sala de aula. Aí o professor olha, e está todo mundo dando risada. Aí, daqui a pouquinho, as ligações se deslocam para um outro. Isso na parte da folia. Tem a outra parte que o Ver. Luiz Braz falou, que é a questão da burla. E é comum. Alguém sai e começa a passar o gabarito, ou seja, nós vivemos cada vez mais num mundo da comunicação. E eu volto a dizer: é proibido proibir, mas, na realidade, este singelo Projeto do Vereador retifica uma questão importante, que é a do professor, pois ele dá uma garantia, porque, muitas vezes, o aluno vai confrontá-lo, e, com o respaldo, ele não confrontaria.

Agora, nós não temos dúvidas sobre a evolução das tecnologias. A mesma coisa se tivesse o computador. Também, hoje, há técnicas para isso. Agora, na realidade, eu volto a dizer que o Projeto é bom, vou votar a favor, mas, cada vez mais, do que nós precisamos mesmo são normas de convivência, de diálogo e que os alunos saibam, sim - e o Vereador especifica -, que durante as aulas, naquele momento de aula, ele não deve ser utilizado para uso de qualquer instrumento. Aqui foi dito que, muitas vezes, poderia se utilizar o telefone como instrumento, como ferramenta de trabalho. Eu tenho certeza de que, neste caso, havendo a combinação de todos, por que não o usar? Se o professor vai fazer uma determinada atividade, sei que nem o Ver. Haroldo seria contra, porque aí estaria acordado entre todos. Por isso é que eu digo que é uma questão muito mais de normas de convivência, mas quero parabenizá-lo, Vereador, por trazer o assunto para podermos debater. Parabéns.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 197/07.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ouvi o Ver. Garcia, que, com a experiência de largos anos no exercício do Magistério quer como professor, quer ainda como diretor de escola, enfocou a matéria com pleno conhecimento de causa. Aliás, parece que houve uma premonição minha com o Ver. Professor Garcia, porque, certamente, a minha manifestação teria que ser longe de ficar com uma posição que eu, como liberal, sou muito tentado a assumir, na linha de que é proibido proibir, longe de ficar nessa posição que me parece dogmática, e o verdadeiro liberal não tem dogmatismo, raciocina de acordo com as circunstâncias. E aí, veja bem, vou falar sobre um Projeto de Lei do Ver. Haroldo de Souza, pessoa com quem eu tenho liames de amizade muito profundos, de longos anos. A maioria dos senhores que são Vereadores aqui na Casa, eu não conhecia, e eu já era amigo do Haroldo em função de alguns relacionamentos comuns.

Parece-me que é indiscutível - e o Garcia acertou isso - que o Projeto de Lei do Haroldo é inteligente e até propicia esta discussão que estamos tendo aqui. Mas nós não vamos ficar só discutindo, nós vamos ter que votar a favor ou contra, não há alternativa. E aí eu começo a vacilar, porque, sinceramente, apesar do belo pronunciamento do Ver. Professor Garcia, eu ainda acredito que o domínio da sala de aula é do professor. Se é verdade que hoje se alterou a situação a esse ponto, está na hora de restabelecermos a autoridade do professor dentro da sala de aula, sem a qual não adianta proibir, Vereador, o uso do celular, porque, se não usar o celular, vai usar outra coisa. Honestamente, eu acho que, em qualquer escola, ao natural, o professor manda desligar o celular. Em qualquer atividade pública, por exemplo, no teatro, a primeira coisa que acontece é que se pede que seja desligado o celular. Aqui na Câmara de Vereadores, eu, pelo menos, fico o tempo todo com o celular no silencioso, porque, quando há uma chamada, vou conferir a urgência. Eu, quando atendo, saio do Plenário e reclamo das presidências da Casa; inclusive, cansei de reclamar do meu querido amigo e grande Presidente desta Casa Ver. Tessaro, porque ele atendia ao telefone na presidência dos trabalhos. Acho que isso não se ajusta com a realidade de um Plenário.

Então, Ver. Haroldo, V. Exª conseguiu um sucesso muito grande: deixou-me “empirulitado”. Veja bem a situação: realmente sei que o que lhe move é o melhor dos conceitos, é restabelecer uma coisa que, aos poucos, vai-se desfazendo, porque, neste País, Ver. Nilo, para se combater o autoritarismo, está-se combatendo, muitas vezes, a autoridade. Não se quer mais aceitar a necessidade de que, em todas as situações, deve haver uma regra. E eu acredito que este assunto que o Ver. Haroldo nos traz à discussão deveria ser uma regra dos Regimentos Internos das escolas. Eu acho que isso nem precisa estar escrito, pois é obvio e ululante que não se pode permitir por todas as razões que se estabelecem. Aí estou adotando a proibição de proibir, mas acho que os Regimentos Internos são um consenso da sociedade onde se insere a atuação, e a atuação propriamente dita.

Então, confessadamente confuso pelo autor e pelo Ver. Professor Garcia, eu enfrento a situação e não vou me abster; vou pensar um pouco mais até a hora de votar, mas vou votar, não vou ficar em cima do muro, pois não é da minha personalidade. Vacilo entre os vários valores colocados aqui, em discussão. Agora, quanta coisa errada acontece por aí e que a gente sente vontade de proibir e não o faz porque tem de respeitar as instâncias adequadas! Há coisas que ocorrem aqui na Câmara e que eu gostaria que não acontecessem e nem por isso estou autorizado a proibir.

Então, não é proibido proibir, mas proibir alguma coisa que a gente tem que ter muito cuidado no estabelecer. Essas sociedades em que a proibição é geral e irrestrita, onde tudo é proibido, tudo é evitado, são as sociedades que, com frequência, nos apresentam esses desastres imensos que a sociedade mundial já constatou, frutos da intolerância e do excesso de proibição.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 197/07.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Toni Proença; colegas Vereadores e Vereadoras; público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, Ver. Haroldo, nós, pais de família, que temos nossos filhos nas escolas, somos os principais culpados, possivelmente, pelo uso do celular nas escolas, até porque, muitas vezes, Ver. Bernardino, somos nós que ligamos para eles no período em que eles estão em sala de aula. Nós sabemos que a maioria dos estabelecimentos de ensino já está proibindo o uso de celular, mas, quando o pai liga - mesmo o celular estando no modo silencioso -, e filho responde com uma mensagem; está ligado o celular!

Eu tenho uma posição um pouco divergente da minha Bancada, porque fiz o Magistério, já fui Professor, tenho filhos que hoje estão no Ensino Médio e na Universidade, e, às vezes, eu faço isto, assim como faz a minha esposa e como, possivelmente, fazem todos os colegas Vereadores: comunicamos-nos com os filhos num momento de emergência, e eles respondem por meio de uma mensagem - o celular está ligado! Embora o estabelecimento de ensino diga que é proibido o uso de celular em sala de aula, o celular está ligado.

Pelo o que eu entendi, o Ver. Haroldo de Souza, o seu Projeto de Lei determina a proibição do uso do celular em sala de aula. Eu, como pai de família, concordo plenamente com o Ver. Haroldo de Souza: enquanto o aluno estiver na sala de aula, Ver. Tessaro, e o Professor estiver dando uma palestra, uma aula, o aluno tem que prestar atenção no Professor. E eu, como Professor, não admitiria que um aluno meu atendesse ao celular no momento em que eu estivesse falando. Então, por isso, eu tenho certeza absoluta de que 90%, se não forem 100% dos pais, teria a mesma linha, a mesma direção. Então, é óbvio que temos que entender que existe um movimento estudantil que quer uma certa liberdade, que quer os seus direitos assegurados, mas este seria um direito do estudante no momento em que ele está recebendo orientação para uma prova, que pode ser logo ali na frente, e ele não está ligado na aula? Eu, como pai de família, concordo com o professor e com o estabelecimento em proibirem o uso de celular naquele momento. Inclusive eu digo para o meu filho: se por acaso eu entrar em contato contigo, responda-me no intervalo, e não na hora da aula, mas assim mesmo, a maioria, eu acho que 100% dos alunos, não desliga o celular, e o pai é o culpado, que deu o celular para ele. Meu filho tem que estar ligado comigo ou com a família, por uma questão óbvia, mas pode ser através de uma mensagem. Por isso, em poucas palavras, se não for a favor, no máximo, Vereador Bernardino, irei me abster, porque, pelas razões óbvias aqui colocadas, sou favorável ao Projeto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Não havendo mais quem queira discutir, em votação nominal, solicitada pela Presidência, o PLL nº 197/07. (Pausa.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, seria possível informar o teor da Emenda nº 01 ao PLL nº 197/07?

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Esclareço que a Emenda nº 01 ao PLL nº 197/07 suprime o art. 3º. Portanto, lerei o art. 3º (Lê.): “O não cumprimento desta Lei implicará as seguintes penalidades, a serem aplicadas pela direção da escola: I - advertência; e II - em caso de reincidência, prestação de serviços comunitários na escola em que estiver matriculado o infrator”.

Não havendo quem queira encaminhar, em votação nominal, solicitada por esta Presidência, a Emenda nº 01 ao PLL nº 197/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 16 votos SIM, 01 voto NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação nominal, solicitada pela Presidência, o PLL n° 197/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) São 10 votos SIM e 03 votos NÃO. Não há quórum. Encerramos a Ordem do Dia.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Eu quero saber se V. Exª declara nula, ou anula a votação que o ocorreu devido à falta de quórum?

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Por falta de quórum, encerramos a presente Ordem do Dia.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Não, não.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): E a votação é nula.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: É nula? Está bem. Perfeito.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Só do Projeto; a votação da Emenda foi válida.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Não, não. A votação é uma só. Não dá para distribuir. Se for nula a votação, está nula a votação; começa tudo de novo.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Ver. Reginaldo Pujol, é nula só a parte que não teve quórum. Como na votação da Emenda houve quórum, está aprovada a Emenda. O Projeto volta à votação na abertura da Ordem do Dia da Sessão de quarta-feira.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu vou me resguardar ao direito de me manifestar formalmente por escrito, porque o acessório segue o principal. Se a votação do Projeto foi declarada nula por V. Exª, a votação é uma só. Então, toda a votação foi nula. Por isso eu perguntei para Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Vossa Excelência faça valer o seu direito por escrito.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença – às 17h08min): Encerrada a Ordem do Dia.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, onde está a base do Governo? Quem responde hoje pelo Governo? Quem é o Líder? Acho que o Vereador que está na Liderança do Governo não está aqui.

 

(Apartes antirregimentais.)

 

O SR. ADELI SELL: Ver. Mario Fraga, desculpe-me.

Vou fazer algumas cobranças à Administração Pública Municipal. Eu tenho dialogado muito com o Secretário da Saúde, que, diga-se de passagem, é um dos poucos que respondem.

Ver. Mauro Pinheiro, meu Líder, hoje há uma reunião no Centro Vida, que eu saiba, marcada pela COSMAM. A informação que eu tenho, gostaria que V. Exª me confirmasse, Ver. Dr. Thiago Duarte, é de que a Secretaria Municipal da Saúde não irá. O senhor acha razoável a Secretaria Municipal da Saúde não atender a uma convocação de uma Comissão que, inclusive, é presidida por um membro do Partido do Governo, não só do Governo, mas do Prefeito? Então, afinal de contas, como perguntar não ofende, estou perguntando a V. Exª se isso é verdadeiro ou não.

Eu coloquei, anteriormente, algumas cobranças acerca da Administração Municipal. Eu fico impressionado, Verª Maria Celeste, com a quantidade de lixões que nós temos pela Cidade. Hoje eu vi, na Rua Orfanotrófio, uma verdadeira reciclagem a céu aberto. Onde está a fiscalização do DMLU? Não existe fiscalização no DMLU? Não há fiscais? Passem pela Rua Dona Malvina, de ponta a ponta, e V. Exas encontrarão cinco, não focos de lixo, lixões!

Nesta semana, sábado, Ver. Comassetto, eu tive a oportunidade de circular pela Região Sul e Extremo-Sul. Eu achei que, talvez, por lá não encontrasse os mesmos lixões. Pois, olha, encontrei os mesmos que encontro em pleno Centro de Porto Alegre, perto da Praça da Matriz. São mais antigos, diz o Ver. Comassetto. Pode ser, mais antigos.

O que está acontecendo com o DMLU? Se a empresa que ganhou a licitação não cumprir 100% do contrato, V. Exas, que estão aqui, que são operadores do Direito, me digam o seguinte: um gestor público que não notifica, não multa e não rompe o contrato, como se chama isso, no serviço público? Não é prevaricação? Então, eu quero que V. Exª, depois, use a sua Liderança e me explique se isso não é prevaricar. Eu acho que o gestor público que não cumpre a sua função, que não faz valer os itens de um contrato, só pode estar prevaricando. Eu não queria crer nisso, porque eu sempre tive uma relação de alto nível com o Diretor-Geral do DMLU, mas agora eu acho que as coisas estão passando dos limites!

A gente tem vindo aqui, frequentemente, colocar problemas, problemas e problemas! Onde estão os contratos que eu solicitei? Onde está a planilha de acompanhamento da coleta de lixo em Porto Alegre? A coleta seletiva de lixo já virou uma ficção; há muito tempo não existe coleta seletiva em Porto Alegre. Os galpões, os 16 galpões de reciclagem, estão na pindaíba - estão na pindaíba! Então, eu não aceito! Nós tomaremos, muito em breve, medidas duríssimas, até porque eu fiz um estudo cauteloso, minucioso, fui auxiliado por um ex-Vereador desta Casa, Décio Schauren, e protocolei, na sexta-feira, meu Líder Mauro Pinheiro, um Projeto que traz profundas modificações no Código de Limpeza Urbana, inclusive nas multas, para ajudar a Administração Pública de Porto Alegre. Eu tenho condições, eu tenho a possibilidade, eu tenho o direito, inclusive constitucional, de fazer as modificações, não é apenas o Executivo que pode mudar um código; nós também temos essa prerrogativa, mas quem deveria ter atualizado o Código de Limpeza Urbana era o Executivo. Eu fiz 44 emendas só na questão das multas, porque todas as multas eram ridículas, irrisórias, de alguém que não tem cuidado com a administração pública. E eu aqui quero dizer: o DMLU não pode continuar na atual situação, o povo de Porto Alegre está pagando taxa de lixo junto com o IPTU. Em Porto Alegre, uma parcela significativa - se eu estou bem lembrado dos números, foram aproximadamente 30% - da população pagou o IPTU e a taxa de lixo com desconto, acreditando que teriam o serviço compensado no recolhimento do lixo. Não estamos tendo recolhimento de lixo conforme rezam os contratos com as duas empresas terceirizadas. Casualmente uma delas ganhou a licitação na SMAM, também, para fazer capina ou seja lá o que for. São empresas que mudam de nome no meio do contrato e não pagam nenhuma nota pública nos jornais para dizer que mudaram a razão social - pelo menos eu não vi, gostaria de ser corrigido se for o contrário, eu ouvi comentários.

Nós estamos aqui para cobrar, de forma clara e precisa, a questão do descaso, do abandono, do desdém com que está sendo tratado o recolhimento de resíduos sólidos na cidade de Porto Alegre. É uma vergonha, é um escândalo, não vamos nos calar! E eu digo que quem não cumpre com a sua função pública tem um nome: está prevaricando. Eu provo e eu quero que me contestem. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Beto Moesch, que solicita representar esta Casa no VII Encontro de Rede de Unidades de Conservação do Norte do Rio Grande do Sul, no período de 06/04/11 a 07/04/11, na cidade de Passo Fundo - RS. As despesas são por conta da cota do Vereador.

Apregoo o Requerimento, de autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte, que solicita representar esta Casa no Programa de Desenvolvimento da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, no período de 05/07/11 a 09/07/11, na cidade de Fortaleza - CE. As despesas por conta da cota do Vereador.

O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; senhoras e senhores, Ver. Adeli Sell, quem lhe deu esta informação? O senhor está como procurador da COSMAM? Quem lhe deu essa informação? Não pode revelar a fonte que diz que o Secretário não irá comparecer? Então, eu quero lhe dar uma informação, também à sua fonte, e gostaria que prestasse bastante atenção a fonte que lhe informou, que o convite chegou, Ver. Adeli Sell e Ver. Dr. Thiago, no meio da tarde de sexta-feira, Rogério, que é considerado um dos melhores assessores desta Casa.

Ver. Pujol, fazer um convite que chega na sexta-feira, no meio da tarde, para segunda-feira à noite, para terça-feira à noite e para quinta-feira à noite, é achar que o Secretário não tem mais o que fazer! Sendo que esse assunto já foi discutido nas regiões e no próprio Conselho Municipal de Saúde. Então, nós vamos anular as discussões das regiões, nós vamos anular a discussão dentro do Conselho Municipal de Saúde e vamos nos dedicar a satisfazer a COSMAM, com todo o respeito, com todo o respeito! As nossas vaidades não podem superar o interesse da sociedade! As nossas vaidades não podem superar as discussões já realizadas nas regiões e com o próprio Conselho Municipal. Não! Faltou discutir apenas na Zona Sul. O assunto já vem sendo debatido há mais de um ano, e a ordem de início dessa obra é provavelmente para maio. E nós vamos trancar isso, Ver. Cecchim, agora, para nós retomarmos toda a discussão, para que eu vá lá e ponha o nome do Nilo Santos? “Eu participei do processo, eu agilizei o processo, sou pai da UPA!” Ah, por favor, não pode ser assim! Não pode ser assim! Ou a gente faz uma política séria e trabalha para sociedade, ou a gente trabalha para nós mesmos, pensando num futuro, numa futura eleição!

Não pode, Ver. Adeli Sell - me perdoe, o senhor, como advogado da COSMAM neste momento -, não pode ser assim! E o senhor sabe, eu sei que o senhor fez isso para faturar politicamente. É claro, o senhor está no seu direito, porque só quem tem interesse de faturar politicamente para achar que o Secretário tem que estar disponível hoje, amanhã e quinta-feira! Não pode ser assim, por favor! As Comissões têm que ter equilíbrio. Eu estou presidindo uma Comissão Especial, Ver. Mario Fraga, que trata do assunto das pessoas em situação de rua no Município - em situação de rua no Município, Ver. Mario Fraga! E o Secretário Kevin Krieger veio aqui e deu todas as informações necessárias. O senhor acha, Ver. Mario Fraga, que eu vou ficar convidando o Secretário Kevin Krieger para vir aqui segunda, terça e quinta-feira? Não! Eu quero que ele fique na Secretaria trabalhando! Eu não quero que ele venha discutir comigo o que ele já discutiu lá nas regiões, já discutiu com o Conselho. Não! Ou então eu peço para que ele me mande por escrito! Eu não vou querer que o Secretário esteja presente três noites numa única semana! Isso é impossível, senhoras e senhores! Com todo o respeito, Ver. Dr. Thiago, mas isso é impossível! É impossível, até porque a relação não se constrói assim entre Vereadores e Secretarias; a relação se constrói com tranquilidade, deixando trabalhar. A obrigação dos Vereadores é facilitar o trabalho daqueles que estão implantando o que é bom para a Cidade, dificultar aquilo que temos o entendimento de que não seja bom para a Cidade! Construir, dialogar para criar uma alternativa, mas o que é bom, como a UPA, é para ser prestigiado, valorizado; é para nós incentivarmos, contribuirmos, para todos nós nos alegrarmos! Essas UPAs que serão construídas são para o PDT, PTB, PT, PSOL celebrarem, são para todos nós celebrarmos, Ver. Mario Fraga! Isso é uma conquista da Cidade!

Saiu no programa Globo Repórter - Globo Repórter, senhoras e senhores! Ver. Adeli Sell, o Globo Repórter do dia 1º revelou situações dramáticas na Saúde pública do Brasil. Na comunidade da Nova Embratel, aqui, no posto do Programa de Saúde da Família, tem lista com nome dos funcionários na porta, ponto eletrônico que registra a presença deles, médicos, enfermeiros, agentes que fazem mais do que cumprir direitinho os seus horários: eles têm o compromisso de fazerem a diferença na vida dos 4.500 moradores. O Dr. Vladimir Dutra Barreto trabalha das 8h ao meio-dia e das 13h às 17h. O Globo Repórter citou Porto Alegre como um exemplo nesse posto da Vila Embratel! Isso é para o Prefeito festejar? Não! Isso é para todos nós celebrarmos, para nós comemorarmos!

Eu quero mais que o Secretário Casartelli não vá a essa reunião e fique fazendo exatamente o que está sendo feito: exemplo para o Brasil! Eu quero que ele melhore a Saúde de Porto Alegre e que esse Projeto seja carimbado pela população de Porto Alegre e por todos os Partidos, Ver. Pujol!

A nossa COSMAM serve, sim, para fiscalizar, mas serve para facilitar também a instalação dessas UPAs em Porto Alegre. Então, por favor, não critiquem o Secretario Casartelli, porque é um dos melhores Secretários dos últimos anos, das últimas legislaturas que nós tivemos nesta Cidade. Por favor! Vamos reconhecer o trabalho sério realizado por esse homem, não vamos criticá-lo. E, por favor, Ver. Adeli, não seja mais advogado da COSMAM, para não termos esse tipo de “pega santo” aqui! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Requeiro que se adende à minha fala que eu não tinha informação sobre a data e o horário da entrega da convocação.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Está registrado.

 

O SR. NILO SANTOS: Parabenizo o Ver. Adeli Sell pela sua atitude; era isso realmente que eu esperava dele.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Como Presidente da COSMAM, quero dizer que, se o convite não chegou antes, não foi por ação da Comissão, porque o convite, nesta presidência, estava pronto muito antes - primeiro ponto. Segundo aspecto: a Comissão de Saúde não tem se pautado por essa ação tendenciosa, como disse o Ver. Nilo Santos. E, se o Secretário não pode se fazer presente, ele deve, sim, até para prestigiar a Comissão, prestigiar a comunidade que ainda quer discutir, que ter um representante lá. Depois, falarei sobre isso no meu momento.

 

O SR. NILO SANTOS: Só para dizer que a COSMAM, assim como toda a Câmara de Vereadores, deveria se sentir prestigiada com a instalação dessas UPAs em Porto Alegre. Então, é aquela velha frase do ex-Presidente Lula: “Deixa o homem trabalhar”.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, eu até descontaria o meu tempo para que essa discussão continuasse e se descobrisse realmente qual o Vereador que fofocou. Se foi um Vereador que fez fofoca, vou dizer o nome aqui - se eu descobrir. Não acredito que tenha sido um Vereador, mas temos que dar o nome.

O Ver. Adeli Sell e eu temos até uma facilidade e, ao mesmo tempo, uma dificuldade. Quando o Adeli vai à tribuna, eu tenho que responder a alguma coisa, até porque nós nos identificamos muito com as coisas que têm que ser feitas. Agora, vou pedir apoio ao Adeli para fazermos um mutirão e irmos até o Comandante da Brigada Militar para eles pararem com essa bobagem de querer um milhão, dois milhões, quinhentos mil para reformar o convênio da Brigada Militar com a SMIC. Acho isso um absurdo desse Comandante! Eu não sei o nome dele, mas é um absurdo. E acho que isso tem que ser tratado com o Prefeito, com o Secretário ou com o Governador. A Brigada Militar não vai lá só para correr atrás de camelô. Ao contrário, não precisa correr, não deve correr. A Brigada Militar vai lá para pegar marginal. E se ela não está fazendo isso para querer a reforma no quartel, está errado.

Até o ano passado - e o Secretário Valter era o Secretário o ano passado -, a Brigada Militar atendeu muito bem, obrigado. Por que mudou agora só porque mudou o Governo?

O Prefeito e o Governador se dão muito bem, e eu acho que não é o Comandante quem vai dizer quanto que ele quer ganhar. A Brigada Militar, antes de tudo, tinha obrigação de continuar fazendo o seu trabalho. É obrigação da Brigada Militar, é questão de segurança fazer o policiamento no Centro e cuidar do seu trabalho.

Agora, eu ia dar a resposta do Centro Vida, mas não precisa, o coordenador do CAR vai estar presente. Eu combinei agora, e acho que está bem representado. Vai haver bastante gente da comunidade, da Secretaria e do Governo.

Sobre o DMLU - inclusive V. Exª até estava falando sobre isso, Ver. Adeli -, tive oportunidade de conversar com o nosso Moncks, que é o Diretor-Geral do DMLU, e ele me disse que tem o maior apreço pelo Ver. Adeli Sell e que, a qualquer momento, ele pode mostrar todos os contratos e que, se ele ajudar a ver onde é que está a falha, eles vão resolver, sim, o problema. Só não podemos, Vereador, é colocar a culpa das multas no DMLU, nem na Prefeitura. Eu sou parceiro de V. Exª para mudarmos esse Código de Postura e aumentarmos o valor das multas.

O problema do DMLU não está só no DMLU; ao contrário, está mais nos mal-educados, nos aproveitadores, naqueles que não têm onde largar entulho e vão largando em qualquer terreno que encontram. Esses têm que receber multas pesadas! Então, eu quero dizer que sou parceiro para levantar essas multas. Levantando essas multas e ajudando a identificar, nós vamos ajudar a Cidade.

O DMLU é o DMLU, mas nós temos que ajudar o cidadão. V. Exª disse muito bem: “operadores do direito aqui”. Nós somos operadores dos direitos dos cidadãos! Advogado, eu não sou, mas eu também sou operador dos direitos do cidadão. O DMLU está aí para servir o cidadão, e, certamente, se nós fizermos alguma coisa para ajudar, nós vamos ajudar a Cidade.

Eu quero dizer que não há animosidade nem de Vossa Excelência, nem do DMLU. Todos nós queremos acertar. O DMLU está à disposição, e nós vamos, juntos, ajudar a resolver esse problema do lixo na Cidade, e têm grande parcela de culpa os poucos que aproveitam os espaços vazios para largar o lixo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Ver. Toni Proença, eu quero primeiro esclarecer algumas coisas, e os Vereadores Adeli Sell e Nilo Santos me dão oportunidade de fazer isso.

Eu quero dizer que os trabalhos da Comissão de Saúde este ano, não em demérito dos anos anteriores, têm transcorrido com muita qualidade. A Comissão tem-se pautado por ser propositiva, por ser democrática, acolhendo todas as pautas e contribuindo com as Secretarias, principalmente com a Secretaria da Saúde. Aproximamos os médicos que estavam apartados da Secretaria Municipal da Saúde, favorecendo o diálogo; discutimos de forma ampla, inclusive criando um fórum, as questões das emergências, com as suas causas e consequências, tentando mediar essa relação com a Secretaria Estadual da Saúde, que também está a cargo do PDT; abordamos a questão das pichações das praças, a questão do meio ambiente como nunca; conversamos sobre a regulação de leitos e consultas, inclusive colaborando com a Secretaria Municipal da Saúde, evitando que os pacientes tivessem que voltar ao posto de saúde, aqueles que não tinham essa necessidade, para depois serem reencaminhados para os hospitais. Então, essa tem sido a tônica da Comissão de Saúde. Se o Secretário não pode estar presente em uma ou mais reuniões, nós temos reconhecido a demanda que tem sido exigida, e que sempre o foi, mas nenhum Vereador pode aqui descaracterizar as Comissões desta Casa, porque, se estiver fazendo isso, vai estar descaracterizando o seu mandato e o mandato que você, telespectador, deu a ele.

Então, é importante que isso fique bem claro, e nós somos os primeiros a reconhecer quando o Secretário não pode vir, mas que manda representante capaz de dar resposta ou capaz de encaminhar essas questões. A Comissão é de Saúde e Meio Ambiente; então, via de regra, o Meio Ambiente vai ter que ter representante, e a Saúde também. Nós vamos ter que ter representantes parlamentares dessas Secretarias aqui, como as outras têm! E o fato de convidar o Secretário, de convidar o representante da Secretaria da Saúde é uma forma de, realmente, prestigiar essas Secretarias, é uma forma de poder construir e ajudar essas Secretarias, mas, se isso é entendido de forma diferente por alguns Vereadores, é sinal de que, para esses Vereadores, o regime democrático não é o melhor; o melhor é ser o dono da verdade, o melhor é ter uma pessoa que sabe, e os outros que têm que obedecer.

Então, é muito importante a gente poder fazer essas reflexões. É claro que o Ver. Adeli Sell atingiu todo o seu objetivo; conseguiu atritar, mais uma vez, os que não acompanham o processo.

As reuniões da Comissão de Saúde foram planejadas no início do semestre. Essas reuniões têm sido encaminhadas à Presidência da Casa com mais de duas semanas de antecedência, para que façam os encaminhamentos e para que as Secretarias envolvidas possam encaminhar os seus representantes. A EPTC tem feito isso! A SMAM tem feito isso! O DEP tem feito isso! Então, a Secretaria da Saúde, Ver. Nilo Santos, pode fazer isso, sim.

Eu quero dizer que são vários os temas de que nós já tratamos aqui com relação à Saúde, e vamos continuar a tratar. Por exemplo, na quinta-feira, nós vamos continuar, sim, com o fórum de discussão das emergências para poder ajudar o processo. Não é para carimbar nada, é para poder auxiliar no processo e até para poder auxiliar, junto ao Governo do Estado, nesta questão que é tão nevrágilca não só para a Cidade, mas para a Região Metropolitana. A emergência acaba não sendo o problema; a emergência é o reflexo de toda a situação que está no entorno, e nós, humildemente, com o pouco que sabemos, com os 12 anos de Medicina Comunitária que se tem, com a experiência no atendimento às pessoas que se tem, queremos colaborar. Esse é o nosso propósito na Comissão. Então, o nosso propósito não é criar nenhum litígio, não é criar nenhuma dificuldade; o nosso propósito é realmente contribuir com o processo.

Se as comunidades acham que a discussão não está resoluta, se tem que dar a oportunidade, democraticamente, de elas se manifestarem, isso pode, lá adiante, ser entendido, tecnicamente, como não possível, mas tem de se dar a oportunidade para as pessoas falarem. E é isso que, democraticamente, queremos fazer, mesmo quando o tema nos é espinhoso. E eu tenho feito isso na minha vida pública, eu fiz isso com os implantes! Nós discutimos exaustivamente os implantes! E hoje os resultados mostram que deram certo. E isso nós temos feito com o planejamento familiar. Então, é importante ser democrático em todos os momentos, é importante ser democrático na dificuldade, porque, senão, certamente, só quando nos convém, não é o correto. Obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; colegas Vereadores e Vereadoras; senhoras e senhores, a Saúde é um tema sobre o qual não passa um dia sem termos um grande debate nesta Casa. E o tema trazido aqui, Sr. Presidente, neste momento, são as UPAs, e é extremamente importante que possamos fazer esse debate, até porque a Cidade está esperando a realização das UPAs, que é um projeto do Governo Federal que tem que ser realizado em conjunto com o Governo do Estado e com o Governo do Município.

Vejam só, já está aprovado, aqui para Porto Alegre, a realização de quatro UPAs, e já faz um bom período, mais de um ano. Para cada UPA dessas, tem depositado, ou tem um valor do Governo Federal e 2,6 milhões de reais. Agora, para a concretização de uma UPA, é necessário em torno de 3,6 milhões de reais, que é uma parte que o Governo Estadual tem que repor.

Conversando com o Secretário Ciro Simoni, ele já se colocou à disposição, inclusive, para trabalhar com o Município sobre esse projeto, e a primeira UPA a ser construída lá na Zona Norte, que já é neste convênio do Governo do Estado com o Governo do Município, e o Hospital Conceição está se colocando à disposição para fazer o gerenciamento desse primeiro projeto. Portanto, é um projeto que tem que ser construído a várias mãos, mas há as outras três UPAs para sair, que é na Região Centro - Entrada da Cidade -; Região Leste - Partenon -, e a Região Sul.

O Conselho Municipal de Saúde tem apresentado todo um estudo a respeito das regiões da Cidade, mas e as manutenções da UPA, que custam em torno de 500 mil, e o Governo Federal repassa 250 mil? Bom, é um tema sobre o qual precisamos nos debruçar, porque é orçamento.

Portanto, Sr. Presidente, eu quero trazer uma sugestão à COSMAM, a todos os colegas, sobre esse tema das UPAs, para que a gente possa convidar, para uma das nossas quintas-feiras, para vir a esta Casa o Conselho Municipal de Saúde, que apresenta sempre o seu mapa dos vazios da Saúde em Porto Alegre; o Secretário Casartelli, junto com o Secretário Estadual da Saúde, para que possamos auxiliar definitivamente, primeiro, na questão da composição desses recursos para que as UPAs aconteçam; segundo, para que possamos auxiliar nessa definição estratégica da melhor localização dessas Unidades de Pronto Atendimento em Porto Alegre. Como a COSMAM está trabalhando esse tema, eu gostaria de sugerir a esta Casa para que, em uma das quintas-feiras, já que a Sessão é temática, pudessem vir os dois Secretários, o do Estado e o do Município, bem como o Conselho Municipal, para discutirmos os vazios urbanos, os recursos necessários e a localização das UPAs no Município de Porto Alegre.

O segundo tema que quero tratar aqui, e também quero cumprimentar os colegas que se envolveram no trabalho, bem como o Prefeito Fortunati, é questão da retomada da mobilidade urbana no que diz respeito ao transporte náutico. Com esse transporte para Guaíba, que está mais próximo de ser realizado, e com a viagem experimental feita até o Lami, nós, que moramos na Zona Sul e próximos à orla, queremos, no próximo ano, já vir, Ver. Adeli e Ver. Mauro, de barco para o Centro de Porto Alegre. Por quê? Porque, inclusive, quero dizer aos colegas que estão trazendo esse tema que nós contribuímos com o primeiro Plano Plurianual - oportunidade que tive como Vereador -, colocamos dinheiro no Orçamento e fizemos um acordo com o Secretario Cézar Busatto para três projetos a serem desenvolvidos na Zona Sul, Ver. Thiago - o senhor não estava aqui na época ainda -, que são: um atracadouro no Lami, marina e/ou trapiche em Belém Novo e em Ipanema. A execução desses três projetos foi iniciada, mas até hoje não foram apresentados esses projetos. Portanto, entendo que esse compromisso discutido aqui, sugerido e aprovado, nós também gostaríamos que fosse apresentado, que nós abríssemos um debate com toda a Câmara Municipal quanto a esse sistema de mobilidade, porque há a discussão de que nada pode na orla, mas equipamentos como esses, para o transporte de passageiros e/ou turismo, que possa atender o maior número possível de comunidades da orla, do Centro à Zona Sul, tem que estar junto. Por exemplo, em Belém Novo, o Ver. Mario Fraga trabalhou uma emenda aqui. Havia o antigo restaurante do Poletto, na orla, que foi simplesmente desmanchado para ser reconstruído e nunca mais, um espaço belíssimo, magnífico em Belém Novo, junto à orla. Portanto, projetos como esses, nós devemos encampar aqui a unidade partidária, tomando, por exemplo, o que fez agora o Prefeito Fortunati no tema do metrô. Há alguns temas que são universais, são temas da Cidade, e todas as contribuições têm que se somar para nós potencializarmos os projetos. Então, eu quero me colocar à disposição nesse debate, inclusive para que todos esses projetos que propusemos e aprovamos aqui coletivamente avancem cada vez mais.

Por último, Ver. Reginaldo Pujol, quero convidar todos para, no próximo dia 19, na CUTHAB, mais um debate sobre o sistema de lotações para a região do Extremo-Sul da Cidade, que está sendo proposto pela nossa Comissão, pela CUTHAB, para que possamos, conjuntamente, enfrentar o tema do lotação para a Restinga, Belém Novo, Lami, Lageado e assim por diante. Então, dia 19, novamente, esse debate está pautado na CUTHAB. Um grande abraço e muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ver. Toni, só para responder ao Ver. Idenir Cecchim. Quem informou o Ver. Adeli Sell foi a Presidente, Verª Sofia Cavedon, porque ela encaminhou, na sexta-feira, realmente, o convite para a Secretaria, apesar de ter recebido no início da semana.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Feito o registro.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, com a maior seriedade possível, digo que não contem comigo para dar ou receber telefonemas a respeito dessas situações. Ver. Mario, V. Exª não merecia, no dia em que está respondendo pela Liderança, ver uma discussão entre seus companheiros de base a respeito de uma atuação do Governo.

O Ver. Adeli parece que ficou fora disso. Sobre o Ver. Adeli, o problema é comigo, porque eu disse, fora do microfone de apartes, enquanto ele falava a respeito da atuação do Mário Moncks, Diretor do DMLU, que ele usou e abusou da expressão “prevaricação”. Eu, que não sou do Governo, tenho o Cel. Mário Moncks na conta de um homem honesto, digno, bom e de um homem que até pode errar administrativamente, mas não posso, de maneira alguma, subscrever a expressão “prevaricação”, até porque isso aqui é uma tribuna política. Quando a gente ouve, na imprensa, que alguém prevaricou, é porque meteu a mão no que não é seu, e o Cel. Mário não é homem disso, muito antes pelo contrário. Aliás, nem foi disso que ele foi acusado pelo Ver. Adeli; e ele respondeu com muita elegância, através do Idenir Cecchim, mas a acusação era de negligência administrativa, que não confirmo de forma nenhuma e nem consubstancio a definição jurídica e nem a popular da prevaricação; a popular é muito clara: para ter prevaricação, tem que meter a mão no alheio, no que não é seu, no dinheiro público. Não foi isso que o Adeli quis dizer, pelo menos eu espero que não, porque, realmente, e ele há de concordar, isso não caracteriza a figura do Mário Moncks.

No resto, Ver. Mario Fraga, Líder do Governo, eu quero dizer a V. Exª que há uma queixa na Cidade sobre a qualidade do serviço de limpeza pública de Porto Alegre. E eu falo à vontade. Eu não sou nenhum oposicionista empedernido, tenho enorme apreço pelo Coronel Mário Moncks, mas, Vereadores Mario e Idenir, considerando a amizade que a gente tem com ele, a gente tem que chamá-lo para uma conversa, numa boa, respeitando as qualidades pessoais dele, inegáveis, e ver o que está acontecendo, porque vocês, Governo, estão dando um discurso enorme para a oposição. Eu me lembro de que o Ver. Adeli batia na SMAM uma barbaridade, mas aí veio aqui o Ver. Garcia, falou um tempão, explicou tudo, provocou o Adeli, e ele nunca mais falou no assunto. Eu acho que está ruim, muito ruim, a coleta de lixo em Porto Alegre; o Governo tem que trabalhar na sua melhora, mas isso, Vereador-Presidente, não autoriza essas expressões tão pesadas a respeito da figura de seu Diretor, que, eventualmente, pode não estar sendo feliz na Administração, e até parece que não está, mas prevaricar, isso não, pois esse homem não é homem para isso. Nós temos que ter cuidado ao fazer afirmações aqui da tribuna, porque amanhã estará no jornal que o Presidente do PT de Porto Alegre acusou, ante o silêncio geral da Câmara de Vereadores, o Coronel Mário Moncks de ter prevaricado. Ora, uma acusação do PT, que está enroscado fortemente no “mensalão”, é muito pesada. Hoje, eu pensei até que o PT viria com cautela, depois de tudo que está escrito na revista Época, etc. e tal, mas não; vieram batendo forte. E eu quero dizer que uma pessoa, que eu conheço e que eu sei que é honesta, não vai ser acusada de coisa que não faz sem que eu venha aqui falar, na minha condição de independente; não tenho nada a ver com o Governo, até não ando muito satisfeito com ele, muito antes pelo contrário, mas o Moncks é um homem de bem, é um homem decente, não merece a acusação de ser prevaricador. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores; público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara, recebemos o convite, hoje, do Prefeito Fortunati, para exercermos, aqui na Casa, a Vice-Liderança do Governo. A partir de hoje, às 10 horas - fui comunicado desse convite através do ex-Vereador e o Coordenador Valdir Fraga, aqui na Casa, que aceitei de pronto e liguei para o Prefeito agradecendo pela confiança -, trabalharei em conjunto com o Ver. João Antonio Dib e com o Ver. DJ Cassiá, pela Liderança do Governo.

Queria agradecer também as palavras do Ver. Reginaldo Pujol, que não faz parte da base do Governo, mas nos ajuda bastante aqui, em relação ao Dr. Mário Moncks, pessoa muito querida por todos. E tenho certeza, mas certeza absoluta de que o Ver. Adeli Sell não falou nesses termos que o Ver. Pujol falou, que era prevaricação, mas sim em outros termos, de talvez deixar a Cidade um pouco ao relento. O Ver. Adeli Sell, não este Vereador. O Ver. Mario Fraga, sim, tem alguma crítica, mas a minha crítica ao DMLU, na verdade, se referiu ao período de janeiro e fevereiro e veio se acumulando um pouquinho adiante, Ver. Pujol. A situação está tendo consideração junto à Direção do DMLU. Eu acho que vai passar esse momento, que é um atraso do cronograma, que veio de janeiro e fevereiro. Inclusive, estive falando com o Mário Moncks, e ele concorda com esse atraso no cronograma. Há ainda alguns focos que a televisão mostrou, acho que foi na sexta-feira de manhã, inclusive na entrada da Restinga, Ver. Reginaldo Pujol, onde um condomínio inteiro está colocando lixo atrás dele, num campinho que antigamente era um campo de futebol e que hoje é um depósito de lixo. Logo que se entra na Restinga, ao lado do CFC, há um condomínio com umas 16 casas, onde as pessoas estão colocando o lixo atrás do condomínio. E que culpa tem o Dr. Mário Moncks disso? Nós já solicitamos a ele que faça a limpeza. Ele já fez uma limpeza, mas eu passei lá ainda hoje e, infelizmente, já tem outro foco, mas eu já havia registrado. São pequenos focos; houve, realmente, com o DMLU, aquele problema do verão, das chuvas e de uma greve de um dia ou dois dos caminhoneiros. O Ver. Adeli falou a palavra “prevaricar”, mas acredito que não no sentido jurídico da palavra.

Também queria dizer, como Vice-Líder do Governo, fazendo parte da base, e mais, fazendo parte do PDT, na Vice-Liderança do PDT, que pretendo, sim, ser um elo de diálogo junto ao Dr. Thiago Duarte, que é um homem que atua fortemente na área da Saúde. No ano passado, quando eu era Diretor da Casa, sabia que havia alguma dificuldade de relacionamento entre o Secretário da Saúde e o Dr. Thiago, mas acredito que isso tenha melhorado bastante.

Também estive com o Dr. Marcelo e pedi a ele que oficializasse a Casa, a Câmara de Vereadores, que a D. Tânia será assessora parlamentar da Secretaria da Saúde. A D. Tânia tem comparecido quase que diariamente aqui na Casa, principalmente nos dias de Sessão. Solicitamos ao Dr. Marcelo que comunique à Mesa Diretora que a D. Tânia será assessora parlamentar desta Casa, assim como o Dr. Pitol, assim como outros assessores das Secretarias que permanecem aqui na Casa.

Nesse sentido, Dr. Thiago e no sentido de V. Exª ter colocado muitas pautas na Secretaria da Saúde, eu queria, em nome do Governo, em nome da nossa Bancada, dialogar com V. Exª, porque, se forem levadas em conta todas as demandas que temos nesta Casa, Ver. Toni, em todas as Comissões, os Secretários teriam que estar aqui todos os dias: EPTC, Saúde, DMLU.

V. Exª, Ver. Dr. Thiago, falou que o senhor aceita todas as pautas, e eu não o estou criticando por isso; V. Exª falou que aceita todas as pautas, todas as requisições, e eu concordo com V. Exª Então, no meu trabalho, eu gostaria de me colocar à disposição para a gente tentar negociar, aliviar algumas coisas, e até me coloco à disposição de irmos à Secretaria para tentar não trazer o Secretário aqui, mas essa é uma colocação minha, que estou pedindo ao amigo Ver. Dr. Thiago, até porque, nas outras Secretarias, nós não estamos tendo esses problemas.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Dr. Thiago Duarte.)

 

O SR. MARIO FRAGA: Está bem, Vereador. Há uma convocação de V. Exª para três reuniões neste mês. Convite, mas fica chato; nós, que somos da base do Governo, não podemos deixar essa situação de o Secretário não vir aqui em duas, três reuniões e darmos assunto para a oposição nos criticar.

Na Secretaria da Copa, o Ver. João Bosco Vaz faz 60 dias que assumiu e está fazendo um belo trabalho, aparecendo na mídia, divulgando as obras da Secretaria da Copa em relação a todas as obras que aconteceram na Cidade. E hoje, aqui, eu até iria falar na CPI do DAER, mas não vou conseguir.

Eu fico grato ao Prefeito Fortunati por ter me dado essa incumbência, que é um encargo, como todo mundo sabe, mas eu já exerci em outros mandatos a Vice-Liderança do Governo. Todos os meus colegas Vereadores sabem da minha dedicação a esta Câmara e sabem da minha dedicação aos demais Vereadores.

Então, é esse elo que eu pretendo fazer junto com o Ver. João Antonio Dib e junto com o Ver. DJ Cassiá, de quem esperamos pronto restabelecimento. Também eu queria agradecer, Dr. Thiago, ao casal, Viviane e Ivan, que visitou conosco o posto de saúde em Belém Novo, para ver quando as obras ficarão prontas. As obras em Belém Novo estão previstas para agosto, Valdir Fraga, nosso colega, e, se Deus quiser, em agosto, nós teremos um novo posto em Belém Novo. E também estamos tentando, junto ao Dr. Cássio, que ele faça uma pequena pavimentação asfáltica na frente do posto, na Rua Florêncio Farias, para que não aconteçam esses alagamentos em julho, agosto e setembro. Então, estamos fazendo esse pedido ao Sr. Cássio Trogildo, da Secretaria de Obras, que tem feito um belo trabalho lá. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h59min.)

 

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